09 novembro 2012

Sustentabilidade: Em Goiana, os desafios ambientais da Fiat

A rapidez com que a fábrica está sendo construída não é o único motivo para a Fiat ocupar o centro dos debates em Goiana, na Mata Norte de Pernambuco.

Outra razão é o Relatório de Impacto Ambiental (Rima) do projeto, que deve provocar mudanças nos meios físico, biológico e antrópico.

O Rima, pelo que tenho lido nos últimos meses, é um dos mais bem elaborados por um projeto em Pernambuco.

E revela, nas entrelinhas, não só o que está por vir, mas os estragos que a produção canavieira provocou aos ecossistemas da região.

Extensas áreas de Mata Atlântica, em Goiana, desapareceram para dar lugar a engenhos de cana e usinas. Sobrou pouco da vegetação original.

Apesar dos danos, o Rima mostra que no lugar do empreendimento e próximo a ele existem 95 espécies de aves, como gavião-ripina, joão-de-barro e rouxinol.

“Constatou-se uma predominância de espécies residentes, não migratórias, e diurnas”, ressalta o relatório.

Os anfíbios na região são muitos.  Os pesquisadores também localizaram 11 famílias e 49 espécies. Entre eles, a rã-do-folhedo e a rã-cachorro.

Outras listas, como as da flora e dos peixes, também foram montadas.

O desafio está além de proteger animais e vegetais catalogados.

Há ainda, como aponta o Rima, a necessidade de proteger o solo, subsolo, rios e patrimônios histórico, cultura e arqueológico. E da dinâmica populacional.

O relatório enfatiza que os impactos existem hoje e existirão no futuro, pois a fábrica atrairá milhares de pessoas para o seu entorno.

E aí, a falta ou o planejamento inadequado podem provocar o desaparecimento da fauna, da flora e a poluição dos recursos hidrícos.

Goiana, vale lembrar, é o segundo maior polo pesqueiro de Pernambuco.

Por Jailson da Paz
Diário de Pernambuco
 
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