15 agosto 2014

Economia: Construção de novas escolas do Senai está atrasada

Com investimento de R$ 72,3 milhões, as unidades vão funcionar em Ipojuca, Jaboatão dos Guararpes e Goiana

Problemas com doações de terrenos, aprovação de projetos nas prefeituras e burocracia atrasaram os cronogramas de construção de três novas escolas do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) em Pernambuco. As unidades, que serão erguidas nos município de Ipojuca, Jaboatão dos Guararapes e Goiana, vão atender a demanda por qualificação profissional em setores que estão se desenvolvendo no Estado, em função da chegada de empreendimentos estruturadores. Após alguns adiamentos, a previsão era que as inaugurações acontecessem no final de 2013, mas não se confirmou.

A escola mais atrasada é a de Ipojuca, que será a primeira do Brasil no setor têxtil com foco em fibras sintéticas. A construção vai atender a demanda da PetroquímicaSuape (PQS), que colocou o Brasil no mapa da fabricação de tecidos de poliéster para concorrer com a invasão dos produtos asiáticos, sobretudo chineses. Sem pessoal qualificado numa cadeia estreante no Estado, destacou-se a necessidade de formar mão de obra de técnicos. A previsão era que a unidade fosse inaugurada no final de 2010.

Desde 2010, a PQS montou duas máquinas de texturização de fios de poliéster para treinar pessoal. O complexo petroquímico já está quase que totalmente em funcionamento e a escola sequer começou a ser construída. O projeto inicial previa investimento de R$ 4 milhões, mas foi revisto e o orçamento atual está em R$ 20,3 milhões. Desse total, a PQS vai investir R$ 12 milhões e o Senai os R$ 8,3 milhões restantes. A diretora técnica do Senai em Pernambuco, Ana Dias, explica que a principal dificuldade foi a a participação da Prefeitura de Ipojuca, que num primeiro momento se comprometeu a doar um terreno de 10 m² e a elaborar o projeto arquitetônico.

“O projeto não andou. A Prefeitura demorou nos trâmites e acabamos assumindo a elaboração dos projetos. Depois houve mudança na gestão municipal e foi necessário retomar as negociações. Resumindo, tem 15 dias que a Prefeitura liberou o terreno e nós esperamos concluir os projetos esse mês para licitar a obra em outubro e iniciar a construção em dezembro”, estima a diretora técnica do Senai, Ana Dias. A gestora adianta que a unidade precisa ser concluída até junho de 2016 sob pena de perder o financiamento do BNDES.
Na semana passada, o Senai encaminhou à PQS os convênios reformulados e terá que redesenhar o perfil da escola. A unidade terá capacidade de atender a 600 alunos por dia com cursos técnicos na área têxtil, além de incluir no novo desenho segurança do trabalho e laboratório de inclusão digital. Antes de Pernambuco ingressar na indústria do poliéster, a instituição oferecia cursos têxteis com foco nos tecidos de algodão.

A escola projetada para Goiana vai atender ao polo automotivo que se desenvolve na região e que está ancorado na construção da montadora da Fiat. A previsão da fábrica é iniciar a operação no final desse ano, mas a escola só deverá ser concluída em 2016, uma vez que prazo de construção está estimado em 18 meses. Uma das dificuldades no projeto da unidade de Goiana foi a localização. A Prefeitura tinha oferecendo um terreno na Cidade Atlântica, mas que era pequeno para a necessidade do projeto. Com a doação de uma nova área foi necessário refazer os projetos.

Orçada em R$ 25 milhões, a escola será construída com recursos próprios do Senai. A unidade vai oferecer seis cursos técnicos nas áreas de mecânica, eletrônica, eletrotécnica, automação, soldagem e metrologia. A escola terá capacidade para dar aula a 1.200 alunos por dia. A Fiat se comprometeu a doar equipamentos para os laboratórios da escola. O maquinário já chegou e está sendo utilizado provisoriamente nas unidades de Paulista, Cabo de Santo Agostinho, Santo Amaro e Areias.

Das três escolas projetadas a que está mais adiantada é a de Jaboatão. Maior das três, o equipamento terá área de 33 mil m², dos quais 17 mil m² será de área construída. O curso de construção civil será o carro-chefe da unidade junto com outros três que já faziam parte do currículo da instituição: máquinas pesadas, logística e segurança do trabalho. Na lista dos cursos novos estão gráfica e ferrovia. Esse último para atender as demandas que virão com a aguardada entrada em operação da ferrovia Transnordestina.

O equipamento está orçado em R$ 27 milhões e tem capacidade para atender a 1.500 alunos por dia. “A escola está em obras desde 2013. Em abril desse ano concluímos a primeira etapa e temos expectativa de entregar a segunda em setembro. Além dessas ainda teremos uma terceira”, destaca Ana Dias.

JCOnline
 
-
-
Todos os direitos reservados à Anderson Pereira. Obtenha prévia autorização para republicação.
-