22 agosto 2012

Economia: Construção civil aquecida no Estado. Goiana é um dos polos que mais recrutam trabalhadores para o setor

Para atender à demanda, instituto vai capacitar dez mil pessoas por ano

O aquecimento no setor da construção civil no Estado está cada vez mais latente devido aos investimentos. A instalação da montadora chinesa Shacman, em Caruaru, da Fiat, em Goiana, e as demandas do Complexo Industrial Portuário de Suape são alguns dos polos que recrutam trabalhadores para este setor. De acordo com dados da última pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o setor da construção civil registrou um indicativo de 51 pontos na utilização da capacidade de operação, ou seja, houve aumento na produção e no crescimento da demanda de profissionais para a área. Atento ao setor de capacitação para este segmento, o franqueador David Pinto, do Instituto da Construção (franquia destinada ao ensino profissionalizante na área de construção civil), pretende capacitar cerca de dez mil profissionais por ano no Estado.

Segundo o franqueador, até o primeiro semestre de 2013, devem ser implementadas duas franquias do grupo em Pernambuco. “Vemos em Pernambuco a oportunidade de capacitar esse público, uma vez que o segmento da construção civil cresce cada vez mais. A ideia de criar o Instituto da Construção foi devido à dificuldade que encontramos em achar mão de obra qualificada para a empresa Doutor Resolve (especializada em reformas e reparos)”, afirma.

De acordo David Pinto, o investimento para o franqueado é em torno de R$ 180 mil a R$ 320 mil. “O retorno vem no máximo em dois anos”, esclarece. A ideia do empresário é fazer com que os profissionais comecem com plano de carreira. “Em vez de começarem em um curso de Administração, existe a alternativa de começar como servente e chegar ao cargo de mestre de obras. E só depois fazer um curso superior de Arquitetura. No nosso site (www.insti tutodaconstrucao.com.br), o futuro capacitado poderá encontrar como fazer a matricula”, adianta.

Segundo o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil de Pernambuco (Sinduscon-PE), Gustavo Miranda, a demanda de profissionais na área da construção civil está relacionada com o fato de muitos trabalhadores buscarem melhores salários e acabarem migrando para outras regiões, como o interior do Estado. Para Miranda, o quadro pode ser revertido com a implementação de escolas técnicas para capacitar os jovens dentro do local de origem.

“A Secretaria de Educação tem uma meta de implementar 60 unidades em todo o Estado”, informa. Atualmente, cerca de 15 escolas funcionam em Pernambuco, nove estão em construção e mais 36 serão construídas. Em 2011, apenas oito escolas técnicas fomentavam o Estado. “Muitas delas estão sendo instaladas no Interior do Estado”, enfatiza o presidente.

Para o diretor do Centro de Treinamento na Construção Civil do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Se­nai), Xistófanes Luna, a capacitação é uma boa alternativa para atender às demandas da região. “Estamos realizando junto ao Governo do Estado uma qualificação no Polo Automotivo da Fiat. A previsão é atender cerca de sete mil matriculados”, completa.

Folha de Pernambuco
 
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