O regente, compositor, arranjador e instrumentista Maestro Duda, Patrimônio Vivo de Pernambuco, celebra, neste ano, 80 anos da sua profunda história com a música, iniciada aos 8 anos de idade quando começou a ter aulas musicais. Ainda no aguardo das programações dos carnavais municiais e estadual, Maestro Duda já conta, durante o mês de fevereiro, com duas apresentações marcadas para o período das prévias carnavalescas. A primeira delas será no Baile do Bloco Saudade, no dia 10, na Associação Atlética Banco do Brasil (AABB – Recife), no bairro das Graças. A segunda no dia 15, durante o Baile do Bloco Paraquedista Real, em frente à Igreja Nossa Senhora da Saúde, no Poço da Panela, onde, segundo Maestro Duda, “acontece a melhor festa do Carnaval de Pernambuco”.
2023 também será o ano de circular com o projeto “Maestro Duda, uma visão nordestina”, na qual o artista conta sua trajetória com a arte, iniciada na música aos 8 anos de idade e pelos 80 seguintes. “A ideia é, durante todo o ano, fazer uma circulação com concertos e concertos-aulas, acompanhado de quinteto de metais pelas quatro microrregiões do Estado”, revelou o Patrimônio Vivo de Pernambuco.
Foto: Clara Gouvêa/Secult-PE
Filho da terra de músicos, Goiana, Zona da Mata Norte de Pernambuco, José Ursicino da Silva é conhecido no mundo do frevo como Maestro Duda. Aos dez, já era integrante da Banda Saboeira e logo escreveu sua primeira composição, o frevo “Furacão”.
Referência no cenário cultural do frevo, chegou a tocar Oboé na Orquestra Sinfônica do Recife e formou várias bandas de frevo, tendo a carreira repleta de sucessos, como “Nino, o pernambuquinho”. Para teatro, musicou “Um Americano no Recife”, com direção de Graça Melo, e outras peças dirigidas por Lúcio Mauro e Wilson Valença. Foi chefe do Departamento de Música da TV Jornal do Comércio e trabalhou na TV Bandeirantes, em São Paulo. Em 1970, voltou para o Recife, tornando a integrar a Orquestra Sinfônica e passando a atuar como professor-arranjador do Conservatório Pernambucano de Música.
Foto: Priscilla Buhr/Divulgação
Compositor de diversos frevos, choros e sambas gravados por Jamelão, músicas para Quinteto de Sopros e Quinteto de Metais, banda e orquestra, recebeu o prêmio de melhor arranjo de música popular brasileira em 1980, em concurso promovido pela Globo, Shell e Associação Brasileira de Produtores de Discos. Reconhecida sua excelência cultural, foi eleito como Patrimônio Vivo do Estado de Pernambuco em 2010, e homenageado pelo Carnaval do Recife em 2011.