27 fevereiro 2019

Cultura: Com projeto “Goyanna Terra Indígena”, FCA apoia ciclo carnavalesco da Mata Norte de Pernambuco

Oficinas de bordados e rodas de conversas estão entre as atividades promovidas para a comunidade e agremiações do entorno do Polo Automotivo Jeep

Quinze agremiações dos municípios pernambucanos de Goiana, Itaquitinga e Itambé vão desfilar no Carnaval 2019 com estandartes novos criados pelos próprios brincantes durante a Oficina de Bordados, uma das fases do projeto “Goyanna Terra Indígena”, uma iniciativa da Fiat Chrysler Automobiles (FCA). O projeto mobilizou diretamente cerca de 3 mil pessoas ligadas à cultura popular da Zona da Mata Norte de Pernambuco e alunos da rede municipal de ensino de Goiana, cidade na qual está instalado o Polo Automotivo Jeep. O resultado da iniciativa poderá ser conferido nos desfiles e apresentações dos grupos durante o Carnaval e no catálogo que reúne todas as atividades desenvolvidas ao longo de 10 meses de trabalho com comunidade, formadores de opinião e grupos escolares.

“Como cidadãos corporativos de Pernambuco, temos como prioridade participar ativamente da vida econômica, empresarial, cultural e social no Estado. Conhecemos bem a importância e o valor que o Carnaval tem para os pernambucanos, que possuem uma das festas mais diversas e culturalmente ricas de todo o Brasil”, afirma Fernão Silveira, diretor de Comunicação Corporativa e Sustentabilidade da FCA para a América Latina. “Apoiar as iniciativas populares da Zona da Mata Norte tem um significado muito importante de respeito e valorização das iniciativas que acontecem no entorno do nosso Polo Industrial Jeep”.

Segundo o produtor cultural Osmar Barbalho, responsável pelo projeto, a oficina partiu de uma necessidade concreta das comunidades. As alegorias utilizadas pelos grupos que participaram do projeto estavam muito desgastadas e sem condições de uso. A confecção das novas peças demandaria de cada agremiação entre R$ 5 mil e R$ 8 mil, dependendo do tamanho do estandarte e demais adereços.

“As técnicas que os brincantes usavam para produzir os estandartes não tinham durabilidade suficiente para suportar a brincadeira sob sol e chuva. Durante a oficina, a partir das orientações de Manoelzinho Salustiano, as novas peças foram elaboradas para durar entre cinco e 10 anos, dependendo da forma como forem guardadas”, explica Osmar.

Salustiano é mestre artesão de bordados com grande experiência na confecção de estandartes e foi convidado por Osmar para ministrar a oficina. O projeto foi pensado para ajudar a superar as limitações financeiras dos grupos e para aproveitar as habilidades manuais dos participantes, que já sabiam bordar. O trabalho do mestre foi de qualificação dessa mão de obra tradicional.

Em visita às agremiações, foram definidas as cores das novas peças e o material para confecção foi providenciado pelo projeto daFCA. Quinzenalmente, Manoelzinho visitava cada grupo e orientava a evolução do trabalho. O processo durou seis meses. “Uma das principais lições foi em relação ao acabamento final. Todos os estandartes foram forrados com um material que protege da chuva, com espuma e um acoplado”, diz Osmar.

Montados minuciosamente com lantejoulas de diversos tamanhos, bordados e pinturas, veludos e franjas, os estandartes viraram peças de arte que mereceram exposição, que esteve aberta até o último dia 15 de fevereiro no Sesc Ler Goiana, quando receberam visitas da comunidade e de grupos escolares da região. A mostra contemplou também informações sobre cada agremiação e registros fotográficos das oficinas.

Goyanna Terra Indígena

O Projeto “Goyanna Terra Indígena” durou 10 meses ao todo, entre seis meses dedicados à oficina, dois meses de preparação para a exposição dos estandartes e mais dois meses de portas abertas a todos os interessados pela história das agremiações da Zona da Mata Norte de Pernambuco.

Tudo começou com a oficina de confecção de estandartes, através do bordado, e se desdobrou com a exposição e com as rodas de conversas. Já o projeto escola foi pensado com objetivo de aproximar os alunos do Ensino Fundamental e do Ensino Médio de Goiana da cultura local, proporcionando interação e aprendizado fora da sala de aula.

“O acesso a atividades extracurriculares pode representar uma diferença positiva no desempenho escolar, facilitando o trabalho do professor, já que esse tipo de atividade aumenta ainda a autoestima dos envolvidos no processo além de promover a sociabilização do sujeito”, comenta Osmar Barbalho.

Agremiações Participantes

Tribo de Índios
Originária do estado da Paraíba, a brincadeira é incorporada ao Carnaval pernambucano e, muitas vezes, é confundida com os famosos caboclinhos. Apresentam danças marcadas pela musicalidade indígena, com temáticas ligadas à luta, guerra, morte e ressurreição.

Caboclinhos
Brincadeira popular originária das culturas indígenas, os caboclinhos expressão um forte sentimento nativista. São homens, mulheres e crianças que apresentam vigorosas coreográficas em ritmo vibrante marcado pelo estalido das preacas (espécie de arco-e-flecha de madeira).

Em tempo: Os caboclinhos de Goiana também tiveram uma oficina de gaita, ministrada pelos mestres Tuti e Ailton, gaiteiros de Goiana, com apoio da FCA. Coube ao mestre Tuti a confecção das gaitas em PVC, a afinação dos novos instrumentos e as lições que ensinaram os brincantes a dedilhar; para o mestre Ailton ficou a responsabilidade de ensinar as músicas e os diferentes ritmos. “A Oficina de Gaita durou três meses e meio e atendeu 20 pessoas, todas ligadas aos caboclinhos. Três alunos já vão tocar neste Carnaval como gaiteiros oficiais das suas agremiações”, completa o curador.

Maracatu de Baque Solto
Rica expressão da cultura afro-indígena da Mata Norte pernambucana, nessa brincadeira fica evidente a fusão de vários folguedos populares existentes nas áreas canavieiras como reisado, pastoril, cavalo marinho, bumba-meu-boi e caboclinhos, entre outros.

Pretinhas do Congo
Criada em Goiana em 1930, a brincadeira mostra como era a vida no tempo da escravidão, celebrando as lembranças dos antepassados. É uma tradição que já se aproxima dos 90 anos de celebração e exclusiva do município de Goiana. Desfila no Carnaval para lembrar que a riqueza da terra tem sido construída pelos mais pobres.

Sobre a Jeep

Instalado em Goiana desde 2015, o Polo Automotivo Jeep busca interação com a comunidade da qual faz parte, impulsionando o projeto de educação Rota do Saber e apoiando manifestações culturais de Pernambuco.

A Jeep lidera o segmento de SUVs pelo terceiro ano consecutivo e, em 2018, superou a marca de 100 mil unidades vendidas em um único ano. De cada cinco SUVs vendidos no Brasil, um é da marca Jeep. Oferece ima linha completa, composta pelos modelos Cherokee, Compass, Gladiator, Grand Cherokee, Renegade e Wrangler.

 
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