05 janeiro 2023

Indústria Automotiva: Após a chegada do Polo Automotivo, Goiana teve crescimento na economia; conheça o desenvolvimento

Estudos mostram que o município apresenta todos os anos ganhos de participação na economia de Pernambuco. Foto: Alfeu Tavares/Folha de Pernambuco

O município de Goiana, na Zona da Mata Norte de Pernambuco, teve um exponente desenvolvimento social e econômico depois da chegada do Polo Automotivo da Stellantis, há sete anos. Além da planta industrial, a cidade congrega um parque de fornecedores formado por 16 das 34 empresas instaladas no segmento no Estado e que são fornecedoras de produtos e serviços à companhia.

Levantamento realizado pela Consultoria Econômico e Planejamento (Ceplan) aponta um evidente avanço na economia de Goiana. Desde o processo de instalação do parque industrial, o município vem apresentando anualmente ganhos de participação na economia de Pernambuco, saindo da 13ª posição em 2010, com 0,93% (R$ 901,5 milhões) do PIB estadual, para a 4ª posição em 2019, chegando a 5,17% do PIB pernambucano, quando alcançou R$ 10,2 bilhões.

Entre 2015 e 2019, a área de Influência da Stellantis abrange a região formada também pelos municípios de Abreu e Lima, Araçoiaba, Condado, Igarassu, Itamaracá, Itambé, Itaquitinga e Paulista e cresceu anualmente a uma taxa de 6,3%, enquanto Goiana registrou expressivo impulso na produção de bens e serviços, a ritmo de 20,5% ao ano. O desempenho foi, em parte significativa, fruto do aporte de recursos fundamentalmente destinados às atividades do polo automotivo desde a sua introdução até a atuação vigente.

Pelos dados da Ceplan, os empregos representam cerca de 1/4 do trabalho formal no município e, somando-se à parcela do emprego estritamente vinculado à Stellantis, verifica-se que o polo automotivo corresponde a aproximadamente metade do seu total de empregos. Considerando apenas o total de empregos alocados na Stellantis, cerca de 21% desses trabalhadores são residentes em Goiana e 50% são oriundos de outras cidades próximas.

“São quatro automóveis lançados na fábrica, uma produção muito acima do que estava estimado. É a única empresa automobilística instalada no Nordeste do Brasil. Um parque referência mundial em economia e alta tecnologia”, destacou o economista e um dos responsáveis pela elaboração do estudo da Ceplan, Jorge Jatobá.
Foto: Stellantis/Divulgação
Avanço nas aquisições

As aquisições de insumos e serviços realizados pela companhia para a planta fabril de Goiana, entre 2015 e 2022, somam-se R$ 91,6 bilhões, os quais representam 46% das aquisições realizadas pelo grupo e destinadas às suas fábricas da América do Sul no mesmo período.

Desses, R$ 91,6 bilhões, aproximadamente 26,7%, couberam ao atendimento via fornecedores alocados em Pernambuco, sendo 23,7% oriundos do parque de fornecedores em Goiana. Outros 33,1% couberam a fornecedores nacionais de fora do estado e 40,2% corresponderam ao atendimento por componentes importados.

Aumento na arrecadação

Também foi verificado um aumento na participação dos impostos, líquidos de subsídios, sobre produtos, taxas e contribuições que incidem sobre os bens e serviços, que passa de 12% para 17% nos municípios do entorno, e de 10% para 21% em Goiana. A ampliação da arrecadação implica em mais recursos públicos para investir em áreas sociais e na melhoria da infraestrutura local.

Ao longo dos últimos quatro anos de operação, há uma evolução da arrecadação do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), evidência da contribuição do polo automotivo ao Estado. Segundo dados da Secretaria da Fazenda do Estado de Pernambuco (Sefaz-PE), observa-se um aumento substancial de 28,4% ao ano no valor da arrecadação do ICMS oriundo do segmento de fabricação automotiva no Estado entre 2015 e 2021, saltando de R$ 204 milhões para R$ 917 milhões.

A presença de um segmento industrial de alto valor agregado em Goiana tem impulsionado também as finanças do município. Segundo dados da Secretaria do Tesouro Nacional (STN), a receita corrente de Goiana, ajustada e em termos reais, cresceu 10,5% ao ano entre 2015 e 2021, alcançando o patamar de R$ 505 milhões.

 
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