04 agosto 2014

Indústria: Jeep de Goiana tem papel global

Sede do grupo à frente do investimento, após fusão aprovada ontem, é holandesa

Nem italiana, nem americana. A sede do grupo à frente do investimento no polo automotivo da Jeep em Goiana, na Mata Norte, é holandesa. A mudança ocorreu com a aprovação ontem do processo de fusão da Fiat Chrysler Automobiles (FCA) em assembleia de acionistas em Turim, na Itália. O processo entre a italiana Fiat e a americana Chrysler se desenrolava há cinco anos. A formalização consolida a FCA como sétima do mundo no setor e reforça o papel estratégico da fábrica de Goiana no contexto mundial de negócios da Fiat Chrysler. A tendência é que, aos poucos, a Jeep de Pernambuco vire uma unidade independente da Fiat de Betim.

O Jeep Renegade, o primeiro a sair da linha de produção do polo automotivo de Pernambuco, no início do ano que vem, é fruto direto da fusão. A tradicional marca americana chegou às mãos da Fiat com a aquisição da Chrysler, concluída no início do ano. O Renegade, um modelo Jeep construído sobre uma base derivada do 500L, da Fiat, simboliza a primeira investida conjunta, inaugurando ainda a fabricação da marca americana fora dos Estados Unidos.

Assim como já fez a concorrente Ford com o EcoSport, a Fiat Chrysler transformou o Renegade em um modelo global, que terá fabricação na Itália, Brasil e China. Por sinal, a expectativa no mercado é de que os dois veículos sejam concorrentes, já que o Renegade será um utilitário (SUV) compacto da FCA.

Mas os planos para o polo automotivo já envolvem ao menos dois modelos. Em um evento conhecido como Dia do Investidor, realizado nos dias 6 e 7 de maio passado em Auburn Hills, nos Estados Unidos, Stefan Ketter, vice-presidente mundial de Manufatura/Projeto Pernambuco da Fiat Chrysler, revelou informações importantes sobre a fábrica de Goiana, que terá capacidade de produzir 200 mil veículos por ano.

Ao menos segundo o cronograma apresentado na ocasião pelo executivo, um segundo modelo já é esperado para lançamento no ano que vem e o terceiro, em 2016.

O investimento direto na Jeep de Goiana é de R$ 4 bilhões. Mas além da fábrica em si, o polo abrange 16 fornecedores que já nascem instalados no mesmo terreno da montadora, os chamados sistemistas, que entregarão em tempo real na produção 17 linhas de produtos diferentes, como bancos, tanques de combustível e peças de plástico.

Ao todo, o polo vai gerar 8 mil empregos diretos e terá ainda centro de treinamento, pista de testes e campo de provas, além de um centro de pesquisa e desenvolvimento no Recife.

A Fiat Chrysler em Pernambuco foi procurada a respeito da fusão e do atual estágio de execução do polo de Goiana, mas não deu retorno à reportagem.

JCOnline
 
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