23 maio 2014

Visita presidencial: Dilma assume atraso da obra da Transposição do São Francisco e promete entrega para 2015

A presidente Dilma Rousseff - que cumpriu agenda nos estados do Ceará, Paraíba e Pernambuco - assumiu o atraso nas obras da Transposição do Rio São Francisco. Os trabalhos foram iniciados em 2007 e deveriam ter sido concluídos em 2010. Agora a previsão é de de 100% dos 470 quilômetros de canais terão água do Velho Chico em dezembro de 2015.

"A previsão de entrega total é em dezembro de 2015. Mas o projeto de integração do Rio não necessita que 100% da engenharia esteja funcionando para começar a servir de utilidade para o semiárido nordestino", destacou a presidente em entrevista coletiva concedida no município cearense de Jati.

Atualmente, a obra está com 57,8% de execução. "É uma obra de extrema complexidade e não é facilmente construída em um ou dois anos", justificou a presidente, que chegou a Cabrobó, Sertão pernambucano, por volta das 15h. Dilma foi vistoriar um trecho de uma das estações de bombeamento da obra, que está em fase de conclusão.

Na verdade, a agenda inicial de Dilma previa a inauguração dessa estação. A "inauguração" mudou de status para "visita" depois de o Planalto descobrir que o equipamento estava em 83,7% de conclusão. Segundo o coordenador de obras em campo do Ministério da Integração Nacional, Frederico Meira, atualmente 10,3 mil operários trabalham nos canteiros de obras da transposição.

Meira afirmou que nos próximos dois meses deve acontecer o pico de contratações para a execução dos trabalhos, quando 11 mil funcionários estarão trabalhando em vários canteiros de obras. “Até agora, temos 58% do total da construção já executados. Esse trecho de Cabrobó deve estar concluído até dezembro deste ano e toda a transposição estará pronta até o final de 2015”, pontuou.
A meta 1N, que inclui a cidade pernambucana, reúne a construção de três estações de Bombeamento, equipamento localizado em pontos estratégicos do caminho da água em que ela é elevada a alturas em que consegue retomar fluxo com gravidade. Frederico Meira explicou que a administração das obras não considera a conclusão de cada etapa, pois a cada trecho concluído já são iniciadas as fases de testes e o bombeamento da água.

“Na verdade, a cada etapa nós vamos liberando a água e testando o funcionamento do bombeamento e da parte elétrica. Se fossemos esperar toda a conclusão para inundar os canais demoraria muito tempo”, explicou. O coordenador de obras também acrescentou que o Ministério da Integração Nacional já está se preparando para fornecer água para as comunidades com distância de até 5 quilômetros dos canais da transposição e que o abastecimento das regiões mais distantes depende de projetos de obras de adutoras nos estados por onde a transposição passa.

Entraves

A lista de entraves que a obra da Transposição do Rio São Francisco vem enfrentando é extensa. Dois reajustes na engenharia financeira fizeram a obra passar de R$ 5,1 bilhões para R$ 8,2 bilhões e os atrasos de mais de quatro anos na entrega fizeram o semiárido nordestino assistir à maior seca dos últimos 40 anos sem uma água sequer.

"É uma obra complexa e que precisa do tempo correto de maturação. Talvez se tívessemos feito mais rápido não teríamos aprendido com a obra. Não é o simples canal e essa grande obra vai ser usada como exemplo na melhora da execução de todos os outros projetos do governo federal, sem sombra de dúvida", destacou a presidente Dilma em Jati. A obra é considerada pelo governo como estratégica para o abastecimento e a segurança hídrica de 12 milhões de pessoas do semiárido nordestino.

Além de canais, a obra do projeto de integração do rio são Francisco contempla aquedutos, canais, túneis de transporte de água e estações de bombeamento vertical. A primeira parada da presidente nesta terça-feira foi em São José de Piranhas (PB). De lá, Dilma seguiu para Jati (CE) e está concluindo as visitas em Cabrobó (PE), de onde seguirá para Petrolina, onde pegará o avião presidencial com destino a Brasília.

Diariodepernambuco
 
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