29 maio 2012

Economia: Vida própria e multiplicação de renda

Cidades planejadas prometem crescimento e devem promover melhorias coletivas

As cidades planejadas são criadas para ter vida própria, mas também colaboram com o desenvolvimento das “cidades-mãe”. “Elas promovem uma melhoria na infraestrutura do espaço e na arrecadação tributária. Além disso, a partir do momento que existe, por exemplo, uma montadora de caminhões sendo instalada em Caruaru, existe um aumento nos serviços-satélites dos arredores, o que causa um efeito multiplicador de renda em toda a cidade”, detalhou o economista e professor da Faculdade Boa Viagem, Marcelo Barros.

Goiana, localizada na Zona da Mata Norte, possui 75 mil habitantes. Com um Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 634,2 milhões, o município representa 0,81% do PIB estadual, de acordo com dados da Agência Estadual de Plane­jamento e Pesquisas de Per­­nambuco (Condepe/Fi­dem). Esse cenário, no entanto, deve mudar com a instalação da Fiat, da Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás) e da Companhia Brasileira de Vidros Planos (CBVP). Hoje, uma das principais atividades locais ainda é o comércio. Rosa Mendes, 51, tem uma farmácia no centro de Goiana. No ramo há 20 anos, ela aguarda pelas mudanças que serão causadas com a chegada do Northville e da Cidade Atlântica. “Estamos satisfeitos com as novidades. Sempre tentamos manter a qualidade e deixar a farmácia abastecida. Com essas novas cidades, Goiana terá mais de 130 mil pessoas transitando. Esperamos acompanhar o ritmo do comércio e melhorar a nossa loja”, ponderou.

Situação semelhante ocorre em São Lourenço da Mata, na Região Metropolitana do Recife. Com 102.895 habitantes, a cidade sobrevive, principalmente, do comércio e da prestação de serviços.

A Cidade da Copa, que está sendo construída por causa da Copa de 2014, já está trazendo reflexos para o setor. “Já estamos sentindo um aumento nas vendas. Com a criação da cidade planejada, virão mais pessoas de fora e a clientela deverá se dividir entre o comércio de lá e o daqui, então temos uma boa expectativa”, ex­plicou a gerente da Officina do Aço, Maria da Graça.

Jailson Luiz, gerente da Junior Magazine, concorda com a expecta­tiva de bom desempenho. “O consumo tem aumentado entre 10 e 15% ao mês. A concorrência que será gerada é uma coisa boa, porque atrai clientes, fortalece o comércio e o deixa mais competitivo, com melhores produtos”, completou.

Folha de Pernambuco
 
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