18 agosto 2017

Mata Norte: Quadrilhas desarticuladas em PE agiam com extrema violência, diz polícia

Delegado afirmou, nesta sexta (18), que um dos líderes agia de dentro de presídio no Agreste. 'Operação Novo Tempo' deteve 42 suspeitos de 22 mortes, tráfico e roubos.

As três quadrilhas rivais desarticuladas pela ‘Operação Novo Tempo’, deflagrada na quinta-feira (17), na Zona da Mata Norte de Pernambuco, eram extremante violentas. O líder de um dos grupos comandava as ações de dentro do presídio de Limoeiro, no Agreste. As organizações criminosas foram investigadas pela prática de roubo, tráfico de drogas e 22 homicídios.
As informações foram repassadas, neta sexta-feira (18), pelo delegado Rodolfo Cartaxo, durante entrevista coletiva que detalhou a ação, considerada pela Polícia Civil a maior deste ano. Ao todo, 42 pessoas foram detidas. São 34 adultos e oito adolescentes.

Um dos três líderes segue foragido, bem como adolescentes e adultos. Na quinta, o chefe da Polícia Civil, Joselito do Amaral, havia informado que o número de prisões e apreensões chegava a 50.

O delegado informou que, durante os assaltos, os suspeitos agrediam as vítimas e ameaçavam cortar partes do corpo, caso não indicassem a localização do objeto desejado. "Nós monitoramos algumas ligações em que havia o planejamento de cortar dedos, órgãos genitais e agredir familiares das vítimas, como crianças e adolescentes” afirmou.

Além de cumprir os mandados de prisão de adultos e de busca e apreensão de menores, a polícia executou 23 mandados de busca e apreensão domiciliar. Entre os detidos estavam 10 mulheres. Quinze alvos atuavam no crime mesmo encarcerados em unidades do sistema penitenciário do estado.

"Eles auxiliavam o planejamento de crimes como roubo e tráfico de drogas. Um dos líderes conseguia repassar ordens e comandar as operações mesmo preso. Ele já cumpria pena por roubo e tráfico de drogas", completou o delegado.
Ao longo dos oito meses de investigação, a polícia afirma que conseguiu evitar cinco homicídios e sete assaltos ou latrocínios, que são os roubos seguidos de morte. À frente da delegacia de Timbaúba há um ano, Rodolfo Cartaxo acredita que os grupos agiam na região há cerca de três anos.

"Acredito que com essas prisões a cidade vai viver um novo tempo. Quando cheguei ao município, ele era conhecido como a cidade do medo. Esperamos que com a deflagração da operação Timbaúba possa viver um novo tempo", comentou.

Além de Timbaúba estão na relação de territórios dos grupos: Recife, Nazaré da Mata, Carpina, Goiana e Vitória de Santo Antão. Durante os trabalhos, que envolveram 120 policiais, foram apreeendidos 22 armas, 147 munições, pedras de crack, mais de 25 quilos de maconha, um pouco mais de 406 gramas de pasta base de cocaína, oito motos e R$ 7.204 em espécie.

G1
 
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