03 julho 2015

Pernambuco: Dois mil policiais realizam protesto no Recife e "enterram" o Pacto Pela Vida


Os Policiais Civis de Pernambuco realizaram nesta quinta-feira (2) uma grande passeata. Após um café da manhã, um “enterro” simbólico do Pacto Pela Vida foi realizado ainda na concentração. Neste importante dia para a Polícia Civil, mostrando toda indignação pelo descaso do Governo do Estado, uma nova paralisação de 24 horas vai acontecer na próxima quarta-feira (8). A entrega do PJES, Programa de Jornada Extra da Segurança, foi realizada pela categoria e também ficou decidido que os peritos do IML (Instituto de Medicina Legal) também vão aderir ao movimento. Esse foi o meio encontrado para que o Estado procure analisar melhor a forma de negociação com a categoria.

Cerca de dois mil Policiais Civis, entre agentes, peritos, escrivães e delegados, concentraram-se em frente à Seplag (Secretaria de Planejamento do Estado) para juntos realizar a maior passeata já registrada pelo sindicato.

A forte chuva que insistiu em cair durante toda manhã, não atrapalhou o movimento da Polícia Civil. Seguindo para o Palácio do Campo das Princesas, para ouvir o que o Estado teria a propor, a passeata passou pela Avenida Mário Melo, Cruz Cabugá, Conde da Boa Vista e Rua da Aurora.
Com um número considerável de delegados, a ADEPPE (Associação dos Delegados de Polícia do Estado de Pernambuco) estava representada pelo seu presidente, Francisco Rodrigues, que fortaleceu o movimento e usou de sua voz para mostrar a força da categoria. “Não vamos baixar a cabeça para a falta de proposta do Governo. Temos, mais do que nunca, que nos unir e fazer a diferença. Juntos, poderemos mudar essa realidade”. Comentou o presidente da ADEPPE.

Com um discurso firme e com a certeza que toda categoria da Polícia Civil compartilha do mesmo sentimento, o Presidente do Sinpol, Áureo Cisneiros, deixou claro, após reunião com o Secretário Marcelo Canuto, no Palácio do Campo das Princesas, que a categoria não aguenta mais a falta de respeito que o Governador Paulo Câmara está tendo perante as reivindicações que foram entregues no início do ano. “Nós queremos que a sociedade pernambucana tenha segurança de qualidade. Não podemos fechar os olhos para a precária situação de trabalho que o Governo do Estado está dando para categoria. Do jeito que está não dá mais”. Comentou Áureo.

Os números dos crimes divulgados pelo Governo não condiz com a realidade. Pernambuco, que vive assustado com tanta violência, não pode ser conivente com o Estado. Os dados comprovam que até junho dente ano, 1.921 homicídios já foram registrados em Pernambuco. Até maio, já são mais de 300% de assaltos a agências bancarias e 30% de aumento no número de assaltos a ônibus.

Ao chegar às proximidades do Palácio do Governo, os policiais ficaram aguardando o posicionamento do Estado. A Diretoria do Sinpol comunicou aos presentes que o Governo não está querendo negociar com a categoria e o sindicato deixou claro ao representante do Governo que não vai enfraquecer o movimento.

PJES – O Programa de Jornada Extra da Segurança supre a necessidade de garantir mais policiamento sem aumentar o efetivo da polícia através de concurso público. Na Polícia Civil, a Central de Plantões, as forças tarefa e delegacias especializadas só funcionam porque os policiais civis utilizam suas horas de descanso para cumprir jornadas extras. Um policial pode trabalhar até oito “cotas de PJES” por mês. Como uma cota significa 12 horas de trabalho seguidas, os policiais chegam a acrescentar 96 horas por mês à sua jornada para garantir pouco mais de R$ 1.400 ao seu salário.

Assessoria Sinpol
 
-
-
Todos os direitos reservados à Anderson Pereira. Obtenha prévia autorização para republicação.
-