11 março 2015

Pernambuco: MST cobra do governo assentamento de 16 mil famílias em Pernambuco

Segundo o movimento, há 163 acampamentos pelo estado, atualmente. Durante a manhã, manifestantes fecharam rodovias, do litoral ao interior.

Representantes do Movimento Sem Terra (MST) entregaram ao governador de Pernambuco, Paulo Câmara, uma pauta de reivindicações para ser executada no estado. A reunião aconteceu no Palácio do Campo das Princesas, sede do governo estadual, no Recife, no começo da tarde desta quarta-feira (11), após uma manhã de protestos e interdições de rodovias. A partir do encontro, governo e MST devem traçar um cronograma para analisar os pontos da pauta.

Uma comissão de 15 integrantes do movimento foi recebida pelo governador e pelo secretário de Agricultura e Reforma Agrária, Nilton Mota, que vai ficar responsável por fazer a ponte entre o MST e as secretarias. “Nosso objetivo, tanto em nível nacional quanto nos estados, é buscar uma alternativa para assentar todas as famílias acampadas. Esse é o principal ponto. Fazer com que uma articulação entre o governo do estado e o Incra busque todos os instrumentos e ferramentas possíveis para desapropriação”, explica o diretor estadual do MST, Jaime Amorim.
Segundo o movimento, Pernambuco é um dos estados com maior número de conflitos, em nível nacional. "São 163 acampamentos que envolvem mais de 16 mil famílias, então o objetivo é buscar alternativas para resolver os problemas de quem vive nesses acampamentos. Temos que buscar alternativas que possam resolver a questão de produção, a questão da comercialização e armazenamento, mas também a infraestrutura social, de educação, saúde, cultura dos assentamentos”, afirma Amorim.

Uma das alternativas apresentadas pelo movimento é a desapropriação, por dívidas, de todas as usinas e fazendas falidas do estado, com fins de assentamento. “Temos [propriedades falidas] tanto na Zona da Mata, quanto no Sertão. Outra alternativa é usar o crédito fundiário para comprar as pequenas propriedades, desapropriando áreas que o Incra não pode desapropriar. É buscar instrumentos diferentes para poder avançar na questão da desapropriação e assentamento das famílias”, detalha o representante do MST.

A próxima reunião pode acontecer já na próxima semana, acredita Mota, onde devem ser sistematizadas as ações que foram solicitadas para ser estabelecido um calendário de execuções e acompanhamentos, analisando o que pode ser feito de forma imediata, o que precisa de mais tempo.

“Temos pleitos de barragem, irrigação, relação fundiária, um conjunto de atividades como um todo que envolve grande parte das secretarias do governo do estados. Temos pautas de educação, com construção de escolas. Cada ponto específico, a gente vai tratar de dar os encaminhamentos”, aponta Mota.

O secretário de Agricultura lembra ainda que alguns itens são pautas nacionais do movimento e vão exigir uma articulação com o governo federal. “Vamos fazer o calendário de ações de curto, médio e longo prazo. Vamos procurar parceiros também, vamos envolver o governo federal, tem muitas pautas que não são só o governo do estado, necessitam ações integradas”, finaliza Mota.

G1
 
-
-
Todos os direitos reservados à Anderson Pereira. Obtenha prévia autorização para republicação.
-