14 março 2013

Economia: Goiana forte na indústria, mas falta saneamento

Pesquisa indica que 74% dos domicílios estão em situação crítica. Compesa garante obras

O saneamento básico de Goiana, Zona da Mata Norte, destino de grandes empreendimentos da indústria, é alvo de preocupação. Um levantamento realizado por economistas da Consultoria de Economia e Planejamento (Ceplan), com base no Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra uma situação crítica, em que a maioria dos domicílios (74,7%) não tem saneamento adequado. Até o fim de 2014, a cidade terá funcionando em seu território uma unidade da Hemobrás e o polo automotivo, que abrigará uma fábrica de veículos da Fiat e 14 empresas fornecedoras, além de outros possíveis grupos do polo farmacoquímico.

A situação se agrava quando se olha para a relação de domicílios com esgoto a céu aberto na vizinhança, que é de 53,3%. Além disso, 76,7% das residências não depositam esgoto na rede geral. De acordo com a Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), o problema já tem data para ser solucionado. Deverá ser assinada, ainda esta semana, a ordem de serviço para implantação do sistema de esgoto em todo o centro urbano de Goiana. O investimento da Compesa é de R$ 40 milhões e o prazo para conclusão da obra é de 18 meses. Já na área em que será instalado o polo automotivo, segundo a Compesa, o projeto está sendo concluído para ser licitado em breve. A Companhia também informou que o saneamento na região da Hemobrás ficará por conta da estatal federal.

O diagnóstico de Goiana foi divulgado ontem durante a 12ª edição da Análise Ceplan, que também avaliou o cenário econômico de Pernambuco, do Brasil e do mundo. A análise mostrou que o PIB pernambucano continuou sen­do impulsionado pela construção civil (8,3%) e, desta vez, com a ajuda do setor de serviços, que cresceu 2,7% puxado pelo índice de 9,3% do subsetor transporte, armazenagem e correio, que tem relação com a construção. Assim como Pernambuco, os outros protagonistas do Nordeste - Bahia (3,1%) e Ceará (3,7%) - também cresceram acima da média nacional (0,9%). Outra semelhança é que os três estados sofreram do mesmo mal, que foi a involução do setor agropecuário, por conta da seca.

Também foi observada a diminuição do crescimento do emprego formal no Nordeste, que obteve índice de 1,1%, 0,9% menor que a marca nacional, de acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego. Pernambuco acompanhou a média do País. Para os analistas da Ceplan, esse “freio” se dá pela estabilização de grandes obras que acontecem no Estado. Para 2013, a consultora Tânia Bacelar acredita na estimativa do relatório Focus, divulgado pelo Banco Central, de que o Brasil obterá crescimento em torno de 3% e prevê que Pernambuco continue crescendo acima da média nacional, acompanhando a diferença de dois pontos percentuais e crescendo entre 5% e 6%.

FolhaPE
 
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