Município discute com a Fiat possibilidade de instalar serviços públicos dentro do canteiro de obras para minimizar riscos da tensão social que tomou conta do Litoral Sul
Ideia é oferecer atendimento de saúde no canteiro de obras, além de instalar espaços cultural e religioso
Nova casa da Fiat no Brasil, o município de Goiana, na Mata Norte de Pernambuco, discute com a montadora a possibilidade de oferecer no canteiro de obras serviços públicos gratuitos, como atendimento de saúde. A ideia é uma das alternativas em discussão para reduzir o risco de repetir o mesmo tipo de tensão social das mega obras de Suape na construção da montadora de R$ 4 bilhões, construção que vai mobilizar 7.372 trabalhadores.
Nova casa da Fiat no Brasil, o município de Goiana, na Mata Norte de Pernambuco, discute com a montadora a possibilidade de oferecer no canteiro de obras serviços públicos gratuitos, como atendimento de saúde. A ideia é uma das alternativas em discussão para reduzir o risco de repetir o mesmo tipo de tensão social das mega obras de Suape na construção da montadora de R$ 4 bilhões, construção que vai mobilizar 7.372 trabalhadores.
A proposta partiu de instituições como o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) e a Agência de Desenvolvimento de Goiana (AD Goiana) e já foi apresentada à Fiat, que estuda a ideia. Mas a empresa não bancaria tudo sozinha e por isso é necessário envolver na discussão a prefeitura de Goiana e também áreas específicas do governo estadual.
Os serviços públicos seriam atendimentos simples, como os de odontologia básica e medicina preventiva. Também haveria espaço cultural e religioso.
“Queremos montar um quiosque no canteiro de obras. Apesar do nome, é uma edificação de alvenaria, onde seriam ofertados os serviços. O quiosque funcionaria como ponta de receptividade para evitar os ‘efeitos colaterais’ de Suape, como a questão da violência e das drogas”, comenta o presidente da AD Goiana, Rodrigo Augusto.
Em Suape, pelo segundo ano consecutivo, a negociação salarial virou tensão para 44 mil operários. Desta vez, porém, o cenário virou quase de guerra, até com tiros de borracha e ônibus queimados.
Sem contar com os problemas sociais acumulados nos municípios do entorno, como degradação ambiental e social. Rodrigo diz que a preocupação é criar um vínculo social entre a região e os trabalhadores que virão até de fora de Pernambuco para a obra.
Apesar de o Estado ter qualificado 6.782 trabalhadores em 13 municípios (de Abreu e Lima a Goiana e daí a Timbaúba), para as obras da Fiat, o atraso no início das atividades provocou evasão de pessoal. A própria montadora admite que parte desse contingente já foi absorvida pelo mercado.
As obras da Fiat eram esperadas para abril passado, mas só começaram no último dia 17 – ainda apenas pelo prédio que servirá de base administrativa durante as obras. A construção da fábrica propriamente dita é esperada para meados de dezembro. Até agora, porém, nem sequer a construtora foi anunciada.
JC Online/Ne10
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