Goiana – De anúncio em anúncio, já são quase R$ 12 bilhões em investimentos previstos para Goiana, na Mata Norte. Essa verdadeira revolução industrial, que ocorre em um município cuja economia sempre esteve baseada na cana-de-açúcar, começa a movimentar a cidade. Ontem, a Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás), âncora do polo farmacoquímico, anunciou que fará um diagnóstico socioambiental para orientar ações futuras.
O projeto Análise participativa da realidade socioambiental de Goiana e municípios do entorno será iniciado em 15 dias, com os pesquisadores caindo em campo. O estudo, que custará R$ 400 mil, será desenvolvido pelo Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães (Fiocruz-PE) e vai abranger, além de Goiana, os Igarassu, Itamaracá, Itapissuma, Itambé, Itaquitinga e Condado, em Pernambuco, e Caaporã e Pedras de Fogo, na Paraíba.
Durante um ano, os pesquisadores procurarão identificar junto a organizações sociais e aos poderes públicos os potenciais de cada local. “Em vez de recebermos demandas sem foco das comunidades, vamos ter as instituições identificadas e vamos poder otimizar as ações, contribuindo para o desenvolvimento sustentável dessa região, que passa a viver uma nova realidade econômica”, explica a coordenadora de responsabilidade socioambiental da Hemobrás, Danuza Benjamin.
Ela diz que a área é nova na Hemobrás. Mas garante que essa preocupação está na genética da estatal, que é vinculada ao Ministério da Saúde. “Todos os projetos que a Hemobrás for executar ou apoiar no entorno de sua fábrica levará em conta a população local. Essa pesquisa já é um instrumento de diálogo”, completa.
O secretário de Planejamento Estratégico de Goiana, André Ramos, considerou a iniciativa positiva. “Hoje não temos como dimensionar o que vai acontecer com a cidade daqui a cinco ou dez anos, pois são muitos os investimentos que estão chegando. Esse estudo vai nos ajudar a fazer um diagnóstico da situação futura.”
A iniciativa também apontará possíveis danos a serem evitados, como aumento do consumo de drogas, exploração sexual infantil, estagnação viária e favelização, comuns em áreas de intenso desenvolvimento econômico.
Diário de Pernambuco
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