26 agosto 2011

II Oficina da Hemobrás debate a importância da gestão da qualidade nos hemocentros

Teve início na terça-feira (23/8) a II Oficina da Hemobrás – Gestão da Qualidade no Serviço de Hemoterapia, promovida pela estatal visando à sensibilização sobre a importância da gestão da qualidade por parte dos hemocentros, fundamental para o aumento da quantidade do plasma humano destinado à indústria. Este hemocomponente é a matéria-prima dos medicamentos que a estatal, vinculada ao Ministério da Saúde, irá produzir, a partir de 2014, na sua fábrica em construção no município de Goiana, em Pernambuco. O evento tem apoio da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e reunirá em Brasília, até a próxima quinta-feira (25/8), 142 representantes dos 72 principais serviços de hemoterapia públicos e privados de todas as regiões do Brasil.

 O plasma humano destinado à produção dos hemoderivados é aquele oriundo das doações de sangue, mas que não chega a ser aproveitado nas transfusões. Além disso, para ser transformado em medicamentos, é necessário ter qualidade industrial, ou seja, obedecer a critérios específicos, para garantir o bom aproveitamento de suas propriedades. Atualmente, os hemocentros recebem 3,6 milhões doações de sangue por ano, que resultam em 150 mil litros de plasma com qualidade industrial. A expectativa é, em 2014, alcançar a média de 300 mil litros ao ano, volume ideal para que a fábrica, que terá capacidade para processar 500 mil litros de plasma/ano, comece a operar.

 “Se não tivermos uma aliança forte com os hemocentros, não teremos plasma e, sem plasma, não há fábrica. Essa oficina faz parte desse processo de integração, para que possamos ter cada vez mais plasma de qualidade e em maior volume porque a fábrica da Hemobrás, em construção, precisará desse insumo para funcionar”, afirmou o diretor técnico da Hemobrás, Luiz Amorim. Este ano, participarão técnicos e gestores das áreas de processamento e da gestão da qualidade de 72 serviços (em 2010, foram 56 pessoas de 53 estabelecimentos), que poderão trocar informações e experiências nas palestras e nas discussões técnicas, além de serem sensibilizados capacitados para a aplicação das boas práticas de fabricação em seus serviços.

 As palestras serão proferidas por profissionais de referência na área, no âmbito nacional, como representantes da Hemobrás; Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa); Coordenação Geral de Sangue e Hemoderivados do Ministério da Saúde; Hemocentro de Ribeirão Preto e Associação Beneficente de Coleta de Sangue (Colsan), de São Paulo, e Fundação Hematologia e Hemoterapia do Pará (Hemopa); e internacional, que é o caso da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Laboratório Francês de Biotecnologia (LFB), parceiro de transferência tecnológica da Hemobrás.

 “Temos um grande trabalho pela frente, não só a Hemobrás, mas os hemocentros, a Coordenação do Sangue e a Anvisa. Esse evento se insere na lógica de trazer cada vez mais para cima a qualidade do plasma para que a Hemobrás possa obter sucesso na sua missão e o sucesso da empresa, que é pública, é o sucesso de todo mundo. Nossos produtos não serão vendidos, serão distribuídos para o SUS, para a população. Tenho certeza de que todos aqui têm consciência disso e trabalhamos para o mesmo objetivo e para um bem comum”, complementou Amorim.

 Tendo como foco a gestão da qualidade como ferramenta para qualificação dos processos desenvolvidos pelos serviços de hemoterapia, serão abordados temas como recolhimento de plasma no Brasil; os critérios de aceitação do plasma LFB, atual responsável por transformar o plasma recolhido nos hemocentros brasileiros nos hemoderivados distribuídos pelo SUS; e o conceito de boas práticas de fabricação nos serviços de hemoterapia. Na abertura do evento, a gerente do Programa de Produtos do Sangue e Biotecnológicos Relacionados da OMS, Ana Padilla, parabenizou a iniciativa. “Esta colaboração é importante para que o trabalho que vem sendo feito se consolide”, salientou. Opinião compartilhada pelo coordenador da Unidade de Medicamentos e Tecnologia em Saúde e Pesquisa da Opas, Christopher Rerart. “Acredito que a qualificação dos serviços de hemoterapia e a capacitação de profissionais através da implementação de boas práticas de trabalho conseguirão a consolidação e o aprimoramento dos dados nacionais”.

INCENTIVO
– Até o fim do ano, a Hemobrás assinará contrato de incentivo com 110 serviços de hemoterapia do País. A iniciativa objetiva aperfeiçoar de processos de produção, qualificação e armazenagem do plasma sanguíneo por parte dos hemocentros. Vale salientar que a Hemobrás não pagará pelo plasma, o que é proibido pela Constituição Federal (parágrafo 4° do artigo 199). A estatal repassará às instituições de R$ 20 a R$ 38 por litro do insumo em condições industriais, recurso que deverá ser empregado na compra de maquinário, manutenção de equipamentos, contratação de profissionais, além da melhoria do controle da qualidade do plasma. Desde julho, já estabeleceram parceria com a Hemobrás os hemocentros de Brasília, Minas Gerais (Hemominas), Paraná (Hemepar), Pernambuco (Hemope), Rio de Janeiro (Hemorio e Hemocentro de Campo dos Goytacazes), São Paulo (Pró-Sangue e Colsan) e Bahia (Hemoba).

QUALIFICAÇÃO – Empenhada na qualificação dos hemocentros como fornecedores de plasma para a indústria brasileira, a Hemobrás vem realizando auditorias nos principais hemocentros do País. Este ano, serão 110 estabelecimentos. Além disso, a estatal firmou convênio com o Ministério da Saúde para aquisição de equipamentos, como 38 blast freezers (freezers de congelamento rápido do plasma), 25 sistemas de monitoramento do congelamento do plasma e 15 freezers verticais a 30°C negativos para armazenamento de plasma, cedidos para o uso pelos serviços de hemoterapia.

Assessoria de Imprensa da Hemobrás
 
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