Dentro dos próximos anos, Pernambuco vai viver outro excelente momento para o emprego industrial com a construção da cadeia automobilística composta pela Fiat e suas empresas fornecedoras. A projeção é de que quase 20 mil empregos sejam gerados. É hora de correr atrás da qualificação para ocupar uma das vagas. São três anos para se preparar para ocupar oportunidades nos cargos de chão de fábrica, coordenação, gerência e outras funções de chefia.
Os futuros candidatos a ocupar a maior parte das vagas são aqueles com o ensino médio completo e um curso técnico na bagagem. Para não perder tempo, quem é mais jovem (entre 14 e 21 anos) e saiu agora do ensino fundamental pode fazer o ensino médio e o curso técnico ao mesmo tempo, o chamado ensino integrado. Há vagas nas escolas técnicas do Estado, no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFPE – antigo Cefet) e no Senai. O período de inscrição e o número de vagas oferecidas dependem de cada instituição (ver infográfico abaixo). A duração vai de três a quatro anos. Há vagas tanto para alunos que estão saindo de escolas públicas quanto de instituições privadas.
“Acredito que a prioridade para a contratação será para os alunos de cursos na área de mecânica, seguidos por outros como segurança do trabalho e química industrial”, explica a reitora do IFPE, Claudia Sansil. Quem já terminou o ensino médio, ao invés de fazer o curso integrado, pode fazer agora uma formação subsequente. Ou seja, cursa apenas o técnico com duração de 18 a 24 meses, dependendo da instituição. “Geralmente os alunos fazem os cursos nas cidades onde vivem ou nos municípios vizinhos. As escolas técnicas atendem a população de vários municípios próximos”, informa o secretário executivo de Educação Profissional do governo do Estado, Paulo Dutra.
Os cursos técnicos nas três instituições são gratuitos. Mas no Senai há os cursos de qualificação e aperfeiçoamento que são pagos e voltados para quem já está no mercado de trabalho e quer melhorar o currículo. “A dica é não perder tempo. As oportunidades serão destinadas aos profissionais de todas as idades. Tanto aqueles jovens que estão começando a pensar na vida profissional quanto os mais velhos que já estão no mercado de trabalho”, garante o secretário estadual de Trabalho, Qualificação e Empreendedorismo, Antônio Maranhão. Vale a pena ficar de olho nos sites das instituições para descobrir as datas corretas das provas e procurar os editais das seleções anteriores para saber quais os assuntos que devem ser abordados.
Prazo de implantação é vital para capacitação
O governo do Estado está mais tranquilo na formação das pessoas que devem trabalhar na Fiat em comparação com o que foi a preparação para os grandes projetos de Suape como a refinaria e o estaleiro. Pelo menos é o que garante o secretário estadual de Trabalho, Qualificação e Empreendedorismo, Antônio Maranhão. “Serão três anos para preparar os candidatos. Ainda vamos fechar com a Fiat e as empresas fornecedoras os detalhes sobre os cursos de formação que serão ministrados em conjunto”, informa.
O sócio da Cedepe Business School, Augusto Costa, diz que o período entre o anúncio da fábrica e a construção dela é vital para a formação dos futuros empregados, mas que alguns cargos podem ser difíceis de ser preenchidos porque simplesmente não existe mão de obra qualificada suficiente para a demanda. “Em Suape, algumas empresas tiveram dificuldades de preencher muitos cargos com profissionais de Pernambuco e tiveram que buscar gente fora do Estado”, completa.
Segundo Costa, as empresas geralmente contratam consultorias para fazer a seleção dos empregados e anunciam as etapas nos principais jornais. “É bom ficar de olho nas notícias sobre as contratações e cadastrar o currículos nos sites das principais consultorias”. Ele aconselha que para os cargos de chefia que geralmente são ocupados por profissionais que já estão no mercado, a hora é de se aprofundar no estudo de idiomas. Outra forma de melhorar o currículo é se dedicar a cursos de pós-graduação e mestrado.
Fonte: Jornal do Commercio