18 janeiro 2011

Os educocratas não aprendem com os próprios erros

Por Pierre Lucena do acertodecontas.blog.br

Você conhece o educocrata? É aquele “educador” que adora dar pitaco na forma de ensinar, normalmente sentado em algum gabinete refrigerado e tem verdadeiro horror à sala de aula.

Desde sempre há uma porção destes no Ministério da Educação, quase sempre planejando como deve melhorar. Nos dois últimos anos as novidades foram relacionadas ao ENEM.

Todas acabaram em desastre.

As duas provas nacionais realizadas foram pessimamente executadas, e mesmo com todos falando dos problemas do primeiro ano, novamente cometeram as mesmas falhas. Milhões de pessoas fazendo os exames no mesmo dia e o Ministro precisando se explicar posteriormente dos inevitáveis problemas.

Em relação ao Sisu, o sistema que permite que o aluno escolha sua universidade, o problema é ainda maior. A Universidade Rural de Pernambuco é o retrato desta confusão.

Como disponibiliza vagas para todo os Brasil, obviamente a concorrência é altíssima. Tudo seria ótimo, se estas pessoas realmente quisessem cursar a UFRPE.

O que acontece é que o aluno se inscreve, espera ser chamado, e efetua sua matrícula. Como a maioria não deseja ir para lá, temos sucessivos remanejamentos.

Mas aí está o problema. Entre o não comparecimento a matrícula e a nova chamada, vários dias se passam, e aí chegamos ao final do prazo com diversas vagas sobrando no Sistema, mesmo com muita gente querendo entrar.

No ano passado este procedimento fez com que muitas vagas ociosas fossem verificadas. E quando o semestre começou, muita gente de outros Estados simplesmente abandonassem a Universidade, para tentar novamente no seu Estado de origem.

A prudência mandaria estudar uma nova forma de organização do sistea, onde talvez o aluno pudesse se matricular nacionalmente, e aí já bastava a opção, fazendo com que os remanejamentos fossem automáticos. Ou mesmo alguma penalidade para a matrícula de um aluno que efetivamente não fosse cursar.

Mas a educocracia preferiu manter o “sucesso” do ano anterior. Não aprendem com o próprio erro.
 
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