27 dezembro 2010

Estudantes protestam contra reajuste de parlamentares em frente ao Palácio do Planalto

Um grupo formado por dezenas de estudantes realiza um protesto pacífico no início desta tarde desta segunda-feira (27) em frente ao Palácio do Planalto, em Brasília (DF). O início foi nas rampas do Planalto.

Os participantes usam nariz de palhaço, camiseta preta e estão com bandeiras vermelhas da Rede Estudantil Classista e Combativa (RECC). Segundo eles, o movimento é contra o aumento de 133% no salário dos parlamentares, aprovado no último dia 15, e a favor de um salário mínimo mais alto. Nesta segunda-feira (27), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que é favor de o valor atual do mínimo, R$ 540, não ser alterado.

Segundo um dos organizadores, o estudante Fábio Coutinho, a coordenação foi feita por meio de contato com movimentos e comunidades mantidos por estudantes de outras capitais em redes sociais, “vamos fazer manifestações semelhantes também no Rio, em Salvador (BA), São Paulo e Belo Horizonte (MG)”, disse.
Com gritos de “Eu não sou otário, tira do meu bolso pra botar no seu salário” e de “Dilma, que papelão”, os estudantes são observados pelos seguranças no Planalto. O contingente de homens à disposição foi reforçado.

12 dias de atraso

Uma das manifetantes explicou o porquê de só agora haver a manifestação – a aprovação do reajuste no Congresso foi dia 15 deste mês.
“Não viemos dia 15 porque tinha feriado, e fomos ao Congresso, dia 21, e fomos barrados, ainda que fôssemos todos maiores de idade e com o RG na mão; hoje tem até menor de idade e uma mãe delas acompanhando”, afirmou Ana Luiza de Oliveira, 18, estudante de Engenharia Florestal e membro do diretório acadêmico da UnB (Universidade de Brasília).

A mãe em questão é a dona de casa Prudência Mota, 50 anos, que foi à manifestação acompanhar as filhas – uma secundarista, a outra, universitária.

“Como é a primeira vez das minhas filhas em um ato desses, tinha medo do que a polícia pudesse fazer; eu mesma já fiz muita manifestação e fiz parte do movimento político quando era estudante no início da década de 1980, em Brasília”, contou Prudência.

No caminho para a Esplanada dos Ministérios, os estudantes adotaram um novo grito de ordem: “Tem dinheiro pra ministro, mas não tem pra educação”.
 
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