30 abril 2018

JEEP: Há três anos, o canavial virou indústria

Polo automotivo Jeep atingiu a marca de 400 mil unidades produzidas em Goiana, Zona da Mata Norte, desde a inauguração, em 28 de abril de 2015

Há exatos três anos, o município de Goiana, na Zona da Mata Norte do estado, fazia festa, com direito a visita presidencial, para dar o start na produção de veículos. A região, que predominantemente vivia da atividade canavieira, dava o primeiro passo para a industrialização. Hoje, o polo automotivo Jeep, como o projeto da Fiat Chrysler Automobilies (FCA) foi batizado, é considerado um case de sucesso no quesito produção. Esta é a fábrica mais moderna do grupo e a concepção integrada de parque de fornecedores no mesmo perímetro industrial tornou-se benchmarking para o grupo. Recentemente, o empreendimento atingiu a marca de 400 mil unidades produzidas em Goiana desde a inauguração, em 28 de abril de 2015.

A fábrica da Jeep ocupa uma área construída de 270 mil metros quadrados. Ao lado estão os fornecedores diretos. Um complexo de 12 edifícios, que abrigam 16 empresas responsáveis por 17 linhas de produtos. Com isso, tudo funciona de forma integrada. Ou seja, a matéria-prima necessária para construção do veículo está na fábrica ao lado. Basta solicitar que o pedido, ou a peça, é trazido. Atualmente, a unidade pernambucana do grupo produz os Jeep Renegade e Compass e a picape Fiat Toro. Mas, pelo planejamento, ainda há capacidade para produzir mais um modelo, mas, o grupo ainda não diz quando isso acontecerá.

No ano passado, o total de produção no local foi de 179 mil unidades e a capacidade máxima de produção é de 250 mil veículos por ano. "Em pouco tempo colocamos três modelos em produção e todos eles são sucesso de vendas. Há cerca de um mês, começamos a trabalhar em três turnos. Com o novo horário de trabalho, produzimos em média 880 unidades diariamente", conta o gestor do Polo Automotivo Jeep, Pierluigi Astorino.

Com o terceiro turno de trabalho, o polo chegou ao marco de 13.600 empregos diretos, considerando os colaboradores da Jeep, das empresas do parque de fornecedores e de terceirizados. "Há três anos chegamos numa região sem tradição na indústria automobilística e fomos surpreendidos positivamente com a qualificação que conseguimos dar para as pessoas locais. A necessidade de treinar com rapidez muitas pessoas sem experiência no setor fez com que o time da Jeep adquirisse habilidades e competências para desenvolver programas de capacitação, que a tornaram referência no grupo no mundo", ressalta Astorino.
Segundo levantamento da Jeep, a média de idade entre os colaboradores do polo é de 29 anos. 

Outra característica forte é que cerca de 95% dos funcionários são nordestinos, sendo 87% pernambucanos, principalmente vindos dos municípios próximos à região onde a planta está localizada. Para atingir o nível de capacitação exigida pelo grupo FCA, os funcionários participam de uma série de treinamentos realizados no Centro de Processos, espaço dedicado à capacitação de funcionários. Em 2017, foram realizadas 775 turmas de treinamento dentro do conceito de WCM (sistema de manufatura de classe mundial adotado globalmente no grupo FCA) com mais de 2.500 participantes, entre novos contratados e profissionais que já faziam parte da equipe. No total, foram mais de 12 mil horas de treinamento.

 
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