16 janeiro 2017

Polícia: Funcionário da Fábrica da Jeep é preso por furtar chaves de veículos novos


Ele anunciou o material em sites de venda da internet e acabou sendo flagrado. Segundo polícia, produto tem aceitação no mercado paralelo.

Um funcionário da montadora Fiat/Jeep foi preso acusado de furtar chaves e cilindros de ignição dos veículos novos Renegade e Toro, no município de Goiana, na Mata Norte de Pernambuco. Marcelo Oliveira de Santana, de 29 anos, acabou flagrado ao tentar revender o material, por R$ 2.400, no município de Igarassu, Grande Recife. Ele fez anúncios em sites de compras pela internet. Ele foi preso na noite da sexta-feira (13).

De acordo com o delegado David Medeiros, o indivíduo confessou o crime e disse que essa não foi a primeira vez que ele cometeu o furto. Inclusive, anunciava o material desviado em sites de compra e venda. A polícia investiga, ainda, a participação de outros ex-funcionários no esquema de desvio.
O homem trabalhava na montadora há quatro meses no setor de logística. Ele teria dito a polícia que havia uma facilidade de furto dentro da fábrica.

Ele foi detido com 12 chaves, oito do Toro e quatro do Renegade, em seu carro no momento em que tentava revender o material a um terceiro. Os dois cilindros de ignição foram encontrados em sua casa, no mesmo município.

“Ele anunciou essas chaves por um valor muito menor do que o preço de mercado. Isso chamou muito a atenção. As montadoras não disponibilizam chaves originais dessa forma. A partir desse momento, ele passou a ser monitorado”, afirmou o delegado.
A denúncia partiu da própria Fiat, que notou um grande desaparecimento de chaves. Para a montadora, o furto não causa apenas uma substituição do material levado. Como cada chave só responde a uma ignição específica, era preciso requisitar um novo par de chave e de cilindro, o que acaba atrasando a entrega dos veículos, que já estariam prontos para a venda.

O acusado chegou a confessar que recebia ajuda de um outro ex-funcionário, que já está na mira de investigação da polícia. Entretanto, o delegado acredita que este tipo de crime ocorre há mais tempo e com a participação de mais funcionários.

Segundo o delegado, as pessoas compram essas chaves no mercado paralelo para obter inúmeras vantagens. "Normalmente, os criminosos compram essas chaves originais pelo valor alto de mercado e a tecnologia de ponta. Há lucros, pois eles modificam a lâmina e e colocam outro código. Isso rende um bom dinheiro", observou.

O criminoso foi encaminhado para o Centro de Triagem (Cotel), em Abreu e Lima, no Grande Recife, e responderá por furto qualificado.
Ainda segundo a polícia, não é possível precisar o prejuízo da Fiat. "Ele foi autuado por furto qualificado, já que era funcionário da empresa e gozava da confiança dos gerentes", comentou o delegado Joselito do Amaral.

De acordo com o policial, Marcelo não tem relação com furtos de chaves ocorridos em oficinas mecânicas. "O objetivo da revenda é o mesmo. Não existem uma relação direta nesses casos, mas o interesse do mercado nessas chaves existe", afirmou.

Procurada, a Fiat informou que está colaborando com as investigações.

G1
 
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