28 abril 2015

Indústria: Complexo da Fiat Chrysler em Goiana recebe R$ 7 bilhões em investimentos


Empreendimento empregará 9.000 pessoas até o final do ano, 82% nordestinos

O grupo FCA - Fiat Chrysler Automobiles inaugura o Polo Automotivo Jeep, em Goiana (PE), em duas etapas. Na segunda (27), aconteceu uma visita da imprensa especializada. Nesta terça (28), a solenidade oficial de inauguração, com a presença da presidente Dilma Rousseff.

É o primeiro grande investimento da FCA, um dos maiores grupos mundiais do setor automotivo, constituído em 13 de outubro de 2014 a partir da fusão entre a Fiat e a Chrysler.

Além disso, é fábrica mais moderna do grupo no mundo. “Foi também o projeto mais complexo já feito na história da companhia, considerando o objetivo de construir não somente uma fábrica de automóveis, mas de incluir um parque de fornecedores de classe mundial”, diz Stefan Ketter, vice-presidente mundial de Manufatura da FCA, que coordenou a implantação da fábrica.

O investimento total foi superior a R$ 7 bilhões –R$ 3 bilhões na fábrica Jeep, R$ 2 bilhões no parque de fornecedores e o restante destinado a desenvolvimento de produtos e outros investimentos.

A fábrica ocupa uma área construída de 260 mil metros quadrados e tem capacidade para produzir 250 mil veículos por ano. O parque de fornecedores inclui um complexo de 12 edifícios, que abrigam 16 empresas responsáveis por 17 linhas de produtos, em uma área de 270 mil metros quadrados.

Até o final do ano, a previsão é que o empreendimento empregue mais de 9.000 trabalhadores – sendo 3.300 na fábrica Jeep, 4.900 no parque de fornecedores e 850 em serviços gerais. São nordestinos 82%, sendo 78% pernambucanos.

“O fato de ter fincado suas raízes em Goiana, na Zona da Mata Norte pernambucana, reflete o respeito da FCA à sua própria trajetória no país e seu compromisso com o desenvolvimento brasileiro”, afirma Cledorvino Belini, presidente da FCA para a América Latina.

O primeiro modelo produzido no polo é o Renegade, com a primeira unidade deixando a linha de montagem em 19 de fevereiro de 2015. As vendas começaram na primeira quinzena de abril.
Fábrica moderna

Entre os destaques da fábrica, está sua modernidade. A funilaria, por exemplo, tem uma estação com 18 robôs capazes de aplicar cem pontos de solda em 60 segundos, congelando a geometria da carroceria em uma única etapa.

Normalmente a fixação das partes e consolidação da carroceria é feita em várias estações. O movimento entre uma estação e outra pode comprometer a precisão da geometria, dando origem a futuros problemas, como encaixe imperfeito de componentes ou ruídos.

A pintura inovou ao adotar processo que dispensa a camada de primer, em processo denominado primerless. O processo assegura a qualidade final do veículo e a durabilidade da pintura, mas resulta em menor consumo de energia e em menos emissões na atmosfera.

Na montagem foi adotada a concepção da linha a partir da melhor ergonomia, que poupa os trabalhadores de esforços físicos e de movimentos desconfortáveis. Também na montagem, a acoplagem do powertrain (trem de força, conjunto de motor e suspensão) com o carro, é feita automaticamente. O conjunto de vem por uma linha no nível do piso e a carroceria vem por linha aérea. Em determinado ponto, os dois são conectados automaticamente.

Outra inovação do projeto é o Communication Center, cérebro do polo automotivo. Com aproximadamente 11 mil metros quadrados de área construída, está localizado no centro da fábrica Jeep e é onde estão concentrados os resultados físicos de cada etapa de produção.

É possível, a partir dessa área central, percorrer a pé os pontos essenciais de todos os processos de produção, desde a área de prensas até os veículos prontos para entrega ao consumidor na etapa final da unidade de montagem. O resultado dessa configuração é uma tomada de decisão rápida, uma organização eficiente da fábrica e o aumento no conhecimento do negócio.

Dimensões

Apesar de ser bem menor do que a unidade Fiat de Betim, que tem capacidade de produzir até 950 mil veículos/ano, a fábrica da Jeep em Goiana já emprega diretamente 5.300 trabalhadores. A projeção é de que o corpo de funcionários chegue a 11 mil pessoas nos próximos anos. Para isso, a planta, que custou R$ 3,9 bilhões, deverá funcionar em três turnos até o fim de 2016.


Para o ano de 2018, a proposta do grupo é produzir 1,9 milhão de unidades do Jeep. Nessa perspectiva, um estudo da consultoria Ceplan aponta que o Produto Interno Bruto (PIB) de Pernambuco deva crescer 6,5% somente com o impulso causado pela inauguração do polo automotivo. Atualmente, a unidade já contribui com 2,5% do PIB do Estado.

Com informações da Carpress










































































 
-
-
Todos os direitos reservados à Anderson Pereira. Obtenha prévia autorização para republicação.
-