28 outubro 2014

Economia: Em greve, trabalhadores da construção civil voltam a se reunir nesta terça-feira

Obras da Hemobrás e FIAT, em Goiana, também estão paralisadas

Os trabalhadores da construção civil voltam a se reunir, nesta terça-feira (28), em assembleia geral para definir os rumos do movimento, mas já anteciparam que não abrirão mão de direitos estabelecidos. O encontro ocorre na sede do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil e Pesada (Marreta), no bairro de São José, às 7h, onde também será avaliada a possibilidade de uma nova passeata pelo Centro do Recife. A greve teve início nesta segunda-feira, porém foi deflagrada após assembleia realizada na última quarta-feira. Para os trabalhadores, o reajuste salarial de 6,5% proposto pelo Sindicato da Indústria da Construção do Estado de Pernambuco (Sinduscon-PE) não atende os anseios da categoria. Com isso, cerca de 40 mil operários cruzam os braços por tempo indeterminado.

Marcando o primeiro dia de greve, a categoria promoveu uma passeata na manhã desta segunda-feira. Eles seguiram em direção à avenida Agamenon Magalhães, onde pararam em frente à sede da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Pernambuco (Ademi-PE) para fazer um discurso expondo as reivindicações da categoria. O protesto também passou pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), sempre acompanhado por carros de som e agentes da Companhia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife (CTTU). Apesar da movimentação, houve pouca retenção de veículos durante o trajeto.

De acordo com a presidente do Marreta, Dulcilene Morais, o protesto foi o único meio encontrado para pressionar a classe patronal. "O fato do Sinduscon (Sindicato das Empresas de Construção Civil no Estado de Pernambuco) não ter nos procurado ainda, só mostra a intransigência da classe patronal em negociar a nossa pauta de reivindicações. Enquanto não tiver acordo, não abriremos mão da greve", disparou. As principais reivindicações da categoria são o reajuste salarial de 15%, hora extra de 100% aos sábados, vale refeição no valor de R$ 200, melhorias das cláusulas de segurança e saúde e obrigatoriedade na participação nos lucros e resultados (PLR), além de regulação do valor de produção e melhorias nos refeitórios.

O diretor de relações trabalhistas do Sinduscon, Érico Furtado, esclareceu que entende a posição dos trabalhadores, mas, que a posição adotada pela categoria só atrapalha o andamento das negociações. "Essa situação prejudica ambas as partes. Para se ter uma ideia, em apenas uma semana com as obras paradas, temos prejuízo de 2%. Com isso, não se gera salário porque obra parada é sinônimo de dinheiro parado", frisou, ressaltando que 2014 tem sido um ano difícil para o setor, que segue demitindo devido à conclusão de obras. "Mas, estamos abertos para dialogar com a categoria. Na verdade, a casa sempre esteve aberta, quem se retirou foram eles mesmos", retrucou Furtado.

ADESÃO - Segundo Dulcilene Morais, as cidades do Recife, Vitória de Santo Antão, São Lourenço da Mata, Goiana, Paulista, Olinda, Igarassu, Surubim e Paudalho estão entre as regiões que tiveram adesão de 90%.

Com informações da FolhaPE
 
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