29 outubro 2013

Denúncia: 53% das marcas de Whey Protein testadas estão irregulares

Depois de diversas reclamações de atletas, empresário faz análise de 28 marcas e descobre, em 15 deles, fórmula diferente da tabela nutricional

Importante para complementação nutricional, os suplementos proteicos foram alvo de investigação no Paraná. Dono de uma loja em Londrina, Félix Bonfim fez o trabalho que deveria ser da Anvisa: mandou avaliar as principais marcas de Whey Protein do mercado. E o que ele descobriu não vai deixar ninguém mais forte.

- Alguns atletas que a gente patrocina reclamaram que estavam perdendo rendimento quando usavam Whey Protein de algumas marcas. Fiquei desconfiado e paguei um laboratório particular para avaliar a composição nutricional e a qualidade de produtos brasileiros - contou.

Das 28 marcas avaliadas, 53%, ou seja, 15 delas apresentaram no laudo uma variação na tabela de composição ou tiveram suas fórmulas alteradas. E o mais grave é que todas são certificadas pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

- São produtos totalmente adulterados, que contém porções de proteína menores do que as descritas na embalagem. Um produto com 30g, deveria conter 24g de proteína e, em algumas marcas, oferece apenas três gramas - afirmou Félix.

Destinados às pessoas que não conseguem suprir as necessidades nutricionais apenas com a alimentação, os suplementos são usados tanto por atletas como por pacientes em tratamento médico. Nestes casos a adulteração é ainda mais perigosa, já que envolve restrições alimentares.

- Imagina o paciente que não pode ingerir uma quantidade de carboidrato além daquela que está prescrita na dieta dele?! Ele vai sofrer consequências sérias com isso - explicou a nutricionista Beth Vilhena.

As análises feitas por Félix Bonfim mostraram também que alguns suplementos têm mais carboidrato do que indica o rótulo, um problema sério tanto para atletas como pacientes.

- Têm proteínas no mercado que dizem ser zero grama de carboidrato na sua dose e quando se vê a análise tem 15, 18, 20g de carboidrato. Isso é um crime. Você induz um profissional da saúde a cometer um erro - completou o empresário.

As análises colocam sob dúvida não só o compromisso das principais marcas do mercado, mas também a fiscalização do órgão responsável.

- Eu tenho um órgão que fiscaliza, que é Anvisa, e ao mesmo tempo tem as empresas que consideramos idôneas, mas na verdade os suplementos estão alterados. Como eu posso utilizar esses suplementos? Ficamos com receio. Somos profissionais sérios, e esperamos que isso seja fiscalizado - finalizou a nutricionista Beth.



Globo
 
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