25 agosto 2013

Mobilidade: Futuro de Goiana à mercê da infraestrutura precária

Estradas mal conservadas, trânsito intenso. A realidade dos trabalhadores dos polos industriais fixados na Mata Norte ainda é bem diferente do cenário de desenvolvimento prometido para os próximos anos

A cidade de Goiana, na Zona da Mata Norte do estado, receberá grandes polos industriais. É onde está sendo instalado o Polo Farmacoquímico (com mais de 11 empresas), o Polo Vidreiro (com seis empresas), além do Polo Automotivo, ancorado pela montadora Fiat. Mas o acesso à região é preocupante. Para chegar até o município, é preciso cruzar diversas cidades. Em muitos momentos, o trânsito para, como acontece em Abreu e Lima, trecho mais crítico em termos de mobilidade.

Para chegar na hora ao trabalho, o chefe de serviço de engenharia da Hemobrás, Jorge Luiz Batista Cavalcanti, acorda às 5h30. Isso porque o ônibus oferecido pela empresa passa em Setúbal, onde ele mora, pontualmente, às 6h20. “O expediente na fábrica começa às 8h, mas muitas vezes chegamos atrasados. O trânsito é muito complicado. Eu aproveito a viagem para dormir ou ler um livro”, conta.

A volta para casa é o mesmo processo. O ônibus sai de Goiana às 17h, mas a viagem só acaba por volta das 19h. “Algumas vezes eu preciso ir de carro, mas é muito estressante. A BR é muito pesada. Buraco, trânsito, obra… Carro, só uso em casos extremos”, diz.

O trânsito lento fez com que, inclusive, alguns executivos que moram fora do estado optassem por se hospedar em João Pessoa, capital da Paraíba. No início deste mês, a Kablin, produtora e exportadora de papéis para embalagem, sacos industriais e embalagens de papelão ondulado do Brasil, que está instalada em Goiana, realizou a coletiva de imprensa para anúncio da expansão da unidade na Paraíba. O motivo? Segundo os executivos presentes no evento, o trânsito, que flui melhor no estado vizinho.

A saída para o problema é o Arco Metropolitano, que ligará a BR-101 Norte, em Igarassu, no Grande Recife, à BR-101 Sul, no Cabo de Santo Agostinho, onde está localizado o Complexo Industrial Portuário de Suape. As obras que somarão 77 quilômetros estão orçadas em R$ 1,5 bilhão. Desde março, o Arco Metropolitano está sendo tocado pelo governo federal.

O projeto é composto por três trechos: o Norte, com 32 quilômetros (ligará a BR-101 Norte à BR-408), o Sul, de 24 km (ligará a BR-101 Sul à BR-108), e o Oeste, de 20 km (ligará a BR-232 à BR-408).

Hoje, o projeto está na fase de licenciamento ambiental objetivando a elaboração de anteprojeto. Quando a obra for autorizada, serão necessários cerca de 36 meses para conclusão do projeto. Enquanto ele não sai do papel, o governo do estado está tocando a construção ou reforma de 11 rodovias que servirão para o escoamento da produção industrial.

“Temos esperança que o edital do Arco Metropolitano saia até outubro. Este é o pleito principal das empresas. Mas estamos dando andamento a um conjunto de obras para atender esta demanda. Até dezembro de 2014 todas essas onze rotas estarão implantadas”, afirma o secretário executivo de Projetos Especiais da Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, Luiz Quental Coutinho.

DiárioPE
 
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