23 abril 2013

Economia: Polo vidreiro recebe terreno. CVBP começa a produzir em agosto deste ano

Governo concede área para implantação das seis fábricas no entorno da CBVP

O polo vidreiro de Pernambuco começa a dar sinais de avanço em Goiana, na Zona da Mata Norte do Estado. Além da Companhia Brasileira de Vidros Planos (CBVP), que já está em obras de construção da sua unidade de R$ 770 milhões e que vai puxar o cluster, o Governo do Estado concedeu o terreno no entorno da fábrica para implantar as novas indústrias. São 12 hectares de área para as seis unidades, que, juntas, reúnem investimentos de R$ 53,9 milhões e esperam gerar aproximadamente 700 empregos. O Governo do Estado já planeja um evento de lançamento do Polo.

Intervidro (R$ 8 milhões), Norvidro (R$ 5,1 milhões), Pórtico Esquadrias (R$ 3 milhões), Sanvidro (R$ 6,1 milhões), Casas Bandeirantes (R$ 16,7 milhões) e Target Engenharia Blindagem (R$ 15 mi­lhões) já tiveram benefícios fiscais aprovados. Para a Zona da Mata Norte do Estado, é concedido o desconto de 75% do crédito presumido do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), garantido pelo Programa para o Desenvolvimento de Pernambuco (Prodepe). As obras de terraplanagem devem começar ainda este ano. A origem do dinheiro para custear essa etapa, porém, ainda está sendo alinhada entre Governo e empresas.

O secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado, Márcio Stefanni Monteiro, informou na última reunião do Conselho Estadual de Política Industrial, Comercial e de Serviços (Condic) que o terreno para receber as indústrias, assim como o da CBVP, foi “retirado” de outro polo em implantação naquela região, sem possibilidades de expansão. “Pensamos em outras áreas maiores, mas os preços das terras em Goiana estão muito altos, principalmente por conta da fábrica da Fiat, e inviabilizaram a compra”, garantiu na ocasião. “Por outro lado, permite melhor fluxo dos materiais produzidos no polo. Vidro é um produto frágil, transportado em chapas de 2,14 metros x 3,60 metros, e não pode ter transporte complexo”, complementou.

Segundo a consultora da CBVP, Margarete Bezerra, ainda não se sabe se outros empreendimentos do setor virão para o Estado. “Como não há espaço nesse polo vidreiro centralizado, a cidade de Timbaúba está sendo colocada como potencial destino de indústrias do setor. A Ibrap, de Santa Catarina, produtora de esquadrias, está em negociação”, explicou.

CBVP começa a produzir em agosto deste ano
A Companhia Brasileira de Vidros Planos (CBVP) iniciará a operação em agosto deste ano, conforme cronograma. A fábrica terá um investimento de quase R$ 800 milhões e capacidade para produzir 900 toneladas de vidro por dia, gerando 340 empregos diretos na produção de vidros planos incolores e coloridos, laminados e espelhos. Segundo o diretor Comercial da CBVP, Henrique Lisboa, mais da metade da mão de obra já está contratada. Com mais de 1,5 mil operários trabalhando na obra, a construção de algumas etapas já está concluída, a exemplo da cobertura dos edifícios do forno, do banho de estanho, da estenderia e do armazém.

Também já foram finalizadas a construção da torre d´água, do túnel de ventilação, o prédio da casa de mistura e os pisos do mezanino e de trabalho, onde serão produzidos os vidros planos. Além das etapas concluídas, está em fase de finalização a cobertura do prédio das linhas de espelhos e laminados e foi dado o início da montagem da linha de corte, retorno de caco, sistema de transporte da composição, forno de recozimento LEHR (em fase final de montagem), isolamento refratário do banho de estanho, forno de fusão, regeneradores (em fase final de montagem) e sistemas de utilidades.

Ainda segundo o diretor, enquanto a fábrica não opera, a demanda dos 230 clientes atuais é atendida via importação, que chega pelos portos de Suape e de Santos. “O volume importado representa cerca de 40% do que a futura planta vai produzir. As origens são Estados Unidos, Itália e países do Oriente Médio”, disse. A CBVP contará com uma área construída de 90 mil metros quadrados e terá como principais clientes as indústrias da construção civil e moveleira. Com o início da operação, a indústria vai favorecer uma cadeia produtiva estimada em 250 mil pessoas, entre beneficiadores e vidraceiros.

FolhaPE
 
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