21 fevereiro 2013

Polícia: Acusada de sequestro em PE diz que queria substituir bebê nascido morto

Ela disse que após parto, ficou vagando pelo Imip, com intenção de sequestro. No último sábado, ela confessa ter levado um bebê de Chã de Alegria

A mulher acusada de sequestrar uma recém-nascida em Chã de Alegria, na Zona da Mata Norte de Pernambuco, no sábado (16), confessou ter cometido o crime para substituir uma criança que perdeu em janeiro. Ela foi detida pela Polícia na quarta-feira (20) e, na manhã desta quinta (21), a polícia apresentou os detalhes do caso, no Recife. Embora a polícia tenha dito que a suspeita era conhecida como "Carla", nesta quinta foi confirmada a identidade verdadeira da mulher: ela se chama Ângela Maria da Silva, tem 27 anos, e foi presa em casa, no Alto do Cruzeiro, em Timbaúba, também na Mata Norte.

A polícia chegou até ela por meio de denúncias de moradores de Timbaúba. Ângela estava com o marido e vizinhos no momento da prisão. "Ela deu à luz a uma criança morta, mas mentiu ao marido dizendo que o bebê tinha nascido saudável. O marido teria voltado a Timbaúba e ela continuou indo ao hospital, depois de receber alta, sempre, segundo depoimento 'vagando e vendo a criança que tinha perdido'. Essa vontade de ser mãe é que a teria motivado", explica o delegado Herbert Martins, que estava de plantão na delegacia seccional de Timbaúba.

A suspeita teria roubado e rasurado um documento para dizer que a filha dela nascera viva. À policia, ela inicialmente negou que tivesse roubado a criança. "Quando a tia reconheceu o bebê, ela acabou achando por bem confessar", afirma o delegado. Durante o depoimento, Ângela contou que, em um dos dias no hospital, se deparou com a mãe e a avó da criança sequestrada, de onde surgiu a amizade e, após o nascimento, recebeu convite para passar um final de semana em Chã de Alegria. "Ela prontamente aceitou e, em seu depoimento, afirmou que a todo momento tinha esse intuito de subtrair um bebê", conta o delegado de Timbaúba.

Depois de pegar o neném, relatou, ela se dirigiu à casa e apresentou o bebê como sendo filho dela. "Estamos investigando se o marido realmente não sabia. Estamos também com pessoas no IMIP [Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira] para saber se ela deu realmente à luz uma criança que nasceu morta. Não tínhamos o nome real dela até o momento da prisão", detalha o delegado de Chã de Alegria, Sérgio Moreira.

Investigação
A avó da criança, que teria dito que conhecia a suspeita há muitos anos, vai prestar novo depoimento. "Elas se conheceram somente no hospital. A avó disse que conhecia não sei por que, talvez culpa por convidar uma pessoa desconhecida para sua casa. Vou reinqueri-la", afirma Moreira.

Uma tia da criança foi até a delegacia de Timbaúba e fez o reconhecimento da suspeita e do bebê, levando-o de volta à família. A suspeita foi encaminhada para a Colônia Penal Feminina, no Recife. Ela foi autuada em flagrante pelos crimes de sequestro, cárcere privado, subtração de incapaz, parto suposto e falsificação de documento público. Ela já tinha sido presa por furto anteriormente e tinha dois filhos.

O caso
Na manhã do dia 16 de fevereiro, a suspeita estava dando banho na criança recém-nascida em Chã de Alegria quando foi embora levando-a, junto com uma bolsa de roupas do bebê. A mãe da menina, Elicleide Araújo, que tem problemas mentais, ficou trancada no quintal, na Rua Barbosa Lima. A criança nasceu no Imip, no Recife. Ela havia feito visitas no hospital e dormido na casa da família da sexta para o sábado.

Confira os vídeos abaixo:


Avó de Giovana fala sobre a raptora


Criança raptada está em casa


Bebê encontrado em Chã de Alegria


Delegado Herbert Martins fala sobre a prisão
Vídeos: TV Jornal, NE10, TV Clube e Jornal do Commercio.
Matéria: G1
 
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