27 setembro 2012

Economia: Primeiro módulo da fábrica da Hemobrás entra em operação em Goiana

O primeiro caminhão descarregou na câmara fria 10 mil bolsas de plasma do Rio Grande do Norte e da Paraíba

A Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás), estatal vinculada ao Ministério da Saúde, iniciou, nesta quinta-feira (27/9), na cidade de Goiana, em Pernambuco, a operação do primeiro módulo de sua fábrica. A planta industrial é destinada à produção de albumina, imunoglobulina, fatores de coagulação VIII e IX, complexo protrombínico e fator de von Willebrand, hoje 100% importados pelo governo federal. Esses medicamentos são essenciais à vida de milhares de usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) com hemofilias, cirrose, cânceres, Aids, imunodeficiência primária, vítimas de queimaduras ou enfermos em tratamento de terapia intensiva. Os pacientes não pagarão por estes medicamentos. O primeiro bloco do complexo fabril começou a receber nesta manhã a matéria-prima dos hemoderivados, o plasma sanguíneo, transportado em caminhões refrigerados que percorrem 115 serviços de hemoterapia de todo o País.

O primeiro caminhão com 10 mil bolsas de plasma descarregado na câmara fria do Bloco 01 da Hemobrás veio de Natal (Rio Grande do Norte), João Pessoa e Campina Grande (Paraíba). Ao entrarem na unidade fabril, as caixas com as bolsas de plasma foram etiquetadas, registradas e dispostas em pallets. A partir daí, foram colocadas em esteiras, seguindo para os transelevadores (veículos controlados por computador que circulam sobre trilhos), que levaram automaticamente as bolsas de plasma para o local exato de estocagem na câmara fria. Esse processo garante total segurança no armazenamento e rastreamento de cada bolsa.

Assim como este primeiro carregamento de plasma, os próximos, que chegarão mensalmente, também serão estocados na câmara fria, a 35°C negativos para conservação. Até o fim deste ano, a fábrica deverá receber 150 mil bolsas de plasma. Em 2013, serão 900 mil bolsas. “Estamos estocando o plasma dos doadores brasileiros na câmara fria que oferece as melhores condições de armazenamento deste País”, destacou o presidente da Hemobrás, Romulo Maciel Filho. Até então, a estocagem do plasma destinado à produção estatal de hemoderivados era feita em uma câmara fria alugada da iniciativa privada, em São Paulo, sob a responsabilidade do parceiro tecnológico da Hemobrás, o grupo biofarmacêutico francês LFB, sexto maior fornecedor mundial de produtos derivados de plasma.

Até entrar em operação com todos os blocos de sua fábrica em 2014, a Hemobrás transformará o plasma estocado em Pernambuco em hemoderivados na França, pois é lá que estão as plantas industriais do Grupo LFB. Nas fábricas situadas nas cidades de Les Ulis e Lille, o plasma advindo da doação de sangue dos brasileiros será processado em quatro tipos de medicamentos: albumina, imunoglobulina, fatores de coagulação VIII e IX. Depois, os remédios serão enviados para o Brasil, onde ocorrerá a distribuição aos usuários do SUS. Esse processo de envio do plasma de Pernambuco para a França e retorno dos medicamentos para o Brasil já era realizado, desde 2010, pela Hemobrás e o LFB, só que via São Paulo, assim como ocorria com a estocagem.

ANDAMENTO DAS OBRAS – Enquanto opera o armazenamento do plasma em B01, a Hemobrás dá andamento à construção dos demais prédios que englobam a fábrica. Fazem parte desta etapa da obra 13 blocos, que compreendem 45 mil dos 48 mil metros quadrados de área construída. Entre eles, o bloco 02, considerado o coração da unidade fabril, por ser o local onde será feito o processamento do plasma. Este parque fabril brasileiro terá capacidade para processar 500 mil litros de plasma por ano, configurando-se, assim, como o maior da América Latina.

Atualmente, apenas 15 países no mundo possuem fábricas de alta complexidade para produção de diversos tipos de hemoderivados. Esses medicamentos custam, anualmente, cerca de R$ 800 milhões para o Brasil em importações. Com a operação da fábrica da Hemobrás, o governo federal economizará recursos e, ao mesmo tempo, aumentará a qualidade e ampliará o acesso à saúde dos brasileiros, gerando, ainda, emprego e renda para a Região Nordeste. Atualmente, cerca de 500 trabalhadores da construção civil atuam no canteiro de obras da indústria em Pernambuco. Quando entrar em operação, a fábrica vai gerar 360 empregos diretos e 2.720 postos indiretos.

SOBRE O LFB - O LFB é um grupo biofarmacêutico francês que desenvolve, processa e vende produtos médicos derivados de plasma para o tratamento de doenças graves e muitas vezes raras, em áreas terapêuticas como imunologia, hemostasia e cuidados intensivos, bem como a produção de medicamentos biotecnológicos. O grupo é o sexto maior fornecedor mundial de produtos derivados de plasma, com faturamento anual de 432,4 milhões de euros em 2011. No Brasil, o LFB está sediado no Rio de Janeiro.

Etiquetagem e registro do plasma no Bloco 01

Armazenamento do plasma na câmara fria








Assessoria de Imprensa da Hemobrás
 
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