30 agosto 2012

Economia: Sudene apressa aprovação de financiamentos. Goiana receberá R$ 400 milhões

Autarquia tem até outubro para acertar destino de R$ 1,7 bilhão em projetos

A Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) tem R$ 2 bilhões em caixa e pressa para dar destino à verba em 2012. Do total, há R$ 1,767 bilhão em projetos já em estudo e que aguardam definição da nova taxa de juros estabelecida pelo Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE), a ser decidida pelo Governo Federal, que deve ficar em 1,5% (abaixo dos 3,5% atuais). A partir daí, 14 projetos na área de energia eólica no Piauí, Maranhão e Bahia podem receber R$ 600 milhões. Outros R$ 400 milhões vão para a fábrica da Companhia Brasileira de Vidros Planos (CBVP), em Goiana. A superintendência da autarquia tem pressa porque tem até outubro para acertar tudo ou o dinheiro retornará aos cofres do Tesouro Nacional. “Não estamos em condições de perder”, argumentou o diretor de Gestão de Fundos Investimentos e de Atração de Investimentos, Henrique Tinôco.

A nova gestão não quer repetir erros passados, que acabaram inviabilizando a execução de antigos projetos. Antes, eles dependiam do Tesouro Nacional e o dinheiro entrava nas contas do Governo como despesa - o que, em época de contenção de gastos, acabava em corte. Agora, o processo será diferente. A Sudene indica projetos e os bancos oficiais (Caixa Econômica, Banco do Brasil, Banco do Nordeste do Brasil - BNB, e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES) “compram o risco”. Em outras palavras, na explicação de Tinôco, a Sudene repassa a verba, mas se houver calote, quem paga é o banco. Aos olhos do Governo, isso vira investimento.

Ontem, o superintendente da Sudene, Luiz Gonzaga Paes Landim, apresentou a lista de projetos prioritários para o Nordeste. A maior parte está concentrada no Meio Norte (Piauí e Maranhão) e na Bahia. Aquele que está mais “adiantado”, ele comentou, é o da reequipagem e repotencialização da malha aeroviária regional, para passageiro e carga. Ainda assim, espera um “pacote de bondades” do Governo Federal. “Agimos como provocadores das secretarias de Turismo, da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) e Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária)”, disse. Vinculado a isso, a Sudene também quer desenvolver as rotas logísticas para escoar a produção de frutas.

Outro segmento apresentado foi o de telecomunicações. Paes Landim disse que a Telebrás tem R$ 12 bilhões para investimento no Plano Nacional de Banda Larga e que a Sudene, “apesar de não ter expertise” no assunto, pleiteia a instalação de 5,8 mil quilômetros (km) de fibras no Nordeste (sendo 900 km para Pernambuco) ou R$ 2 bilhões. “É preciso a banda larga para otimizar o e-commerce e evitar a figura do atravessador”, exemplificou.

Folha de Pernambuco
 
-
-
Todos os direitos reservados à Anderson Pereira. Obtenha prévia autorização para republicação.
-