30 março 2012

Economia: Fiat atrai indústrias para Condado, mas faltam terrenos

A instalação da montadora da Fiat em Goiana, Zona da Mata Norte, já traz dividendos econômicos para cidades vizinhas. Condado é uma delas, mas enfrenta uma tremenda dificuldade: o município não dispõe de terras para desapropriar em atendimento ao pedido das empresas que desejam se instalar por lá. Quase toda área é privada. Só o grupo João Santos detém 85% do controle das propriedades.

Diante da impossibilidade de atender à demanda da iniciativa privada, o prefeito Edberto Quental (DEM) pediu uma audiência em caráter de urgência ao governador Eduardo Campos (PSB), para discutir uma saída. O município não quer perder as indústrias interessadas em se instalar nas suas redondezas, mas não tem autonomia para desapropriar terras.

Condado fica a apenas 12 km de Goiana e só nos últimos meses, tão logo a Fiat começou as obras do seu parque de produção de automóveis, mais de 70 grupos empresariais manifestaram ao prefeito interesse por investimentos no município, que tem amplas áreas planas, um grande filão para qualquer tipo de investimento. Quental, apesar de ter ido ao Palácio e ligado várias vezes para a assessoria do governador, não conseguiu ainda marcar a audiência para resolver a pendenga.

Por ser um município sem montanhas nem serras, a parte da cidade é totalmente plana, o que estimulou a população ao uso de bicicletas. Condado passou a ser conhecida na região como a “China brasileira”. E tem lá suas razões. De uma população com 28 mil habitantes, 23 mil possuem bicicleta como meio de transporte.

As doze escolas municipais foram obrigadas a criar estacionamento próprio para o meio saudável de condução. Apesar de ter dado um avanço na questão fiscal, Condado ainda paga o preço caro de ser localizada numa região esvaziada do ponto de vista econômico depois da estagnação gerada com o fechamento de usinas. Segundo o levantamento da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro, das dez piores cidades do Estado, cinco estão na Mata: Paudalho, Itambé, Goiana, Camutanga e Timbaúba.

“Somos vítimas da ditadura fiscal do País”, reage o prefeito. Sabendo que Condado pode mudar da água para o vinho com a chegada da Fiat em Goiana, Quental cuidou de melhorar a infraestrutura, a saúde e a educação do município. Até SAMU e uma espécie de UPA instalou com recursos próprios.

Mas o destaque fica pela iniciativa inédita de criar o seu “Bolsa Família” municipal, programa de distribuição de renda. Diferente da experiência do Governo Federal, onde o beneficiado saca o dinheiro, no “Renda Cidadão” a família contemplada só pode usar o cartão magnético em farmácias, padarias, supermercados e depósitos de gás.

Cerca de mil pessoas fazem parte do programa. A ajuda vai de R$ 45 a um salário mínimo. “O beneficiado só é afastado do programa quando é reinserido no mercado de trabalho”, diz Quental, que implantou o programa em 2009.

Falei na Emapa-Escola Municipal Antônio Pereira de Almeida para uma plateia formada basicamente por estudantes. A turma foi organizada e selecionada pela diretora Djanira Bezerra e lá encontrei o prefeito Egberto Quental, a secretária de Educação, Sandra Félix, e o vereador Vavá, também do Democrata, além de lideranças políticas e comunitárias de cidades próximas.

HISTÓRIA - O nome Goianinha originou-se da cidade de Goiana, pois Condado era um distrito goianense. Goianinha começou a ser povoada no fim do século XVII. Surge a história, em 1835, acolhendo os legistas de Goiana, a qual fora ocupada pelos revolucionários, sob o comando de Antônio Carneiro e coadjuvado pelos seus irmãos, no movimento conhecido por “Guerra dos cabanos”. As forças legistas de Goiana abandonaram a cidade e se acantonaram na povoação de Goianinha.

Foram eleitos em 1856, juízes da Paz do distrito de Goiana: o Dr. José Inácio da Cunha Rabelo, Cel. Henrique Luiz da Cunha de Melo e o Major Manuel Corrêa de Oliveira Andrade. São Sebastião se tornou o padroeiro da localidade, pois em 1870 uma epidemia de bexiga ia destruindo quase toda população. Foi quando através de uma promessa fervorosa ao mesmo santo foi conseguida a extirpação do mal epidêmico.

Em 1896 Condado foi elevado à categoria de vila. Em 1934 foi criada Paróquia de Nossa das Dores do Condado e em fim Goianinha passou a se chamar Condado por sugestão do geógrafo, historiador e professor Mário Melo.
Fonte: Blog do Magno Martins
 
-
-
Todos os direitos reservados à Anderson Pereira. Obtenha prévia autorização para republicação.
-