29 abril 2011

Pesquisa Empresas & Empresários aponta que Pernambuco crescerá de 5% a 8% ao ano e indústria ampliará participação no PIB

Por Adriana Guarda 

Como será o Pernambuco da próxima geração? Qual será o retrato da economia estadual num horizonte de 25 anos? A 11ª edição da pesquisa Empresas & Empresários, realizada pela TGI e INTG, em parceria com as consultorias Multivisão e Ceplan, tenta responder a esses questionamentos. Não se trata de um exercício de futurologia, mas de traçar possíveis cenários a partir de um olhar global, que passa pela conjuntura mundial e brasileira e alinha essa realidade ao que acontece no Estado.

A chegada de investimentos que ultrapassam R$ 50 bilhões, incluindo projetos estruturadores como estaleiros, refinaria, montadora de veículos e polo petroquímico no Complexo de Suape, já aponta para perspectivas positivas na economia. Diante dessa realidade, o sócio da Multivisão, Sérgio Buarque, elaborou dois cenários otimistas. No primeiro, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceria a uma média de 5% ao ano, enquanto no segundo essa expansão poderia ser maior e alcançar 8%.

“A concretização do melhor cenário vai depender do equacionamento de fatores internos, que podem travar o desenvolvimento econômico. São as chamadas incertezas críticas”, alerta. O economista aponta duas dessas incertezas com capacidade de estrangular o processo de crescimento do Estado. A primeira é o apagão de mão e obra e a deficiência na educação básica e técnica em Pernambuco. “Estamos falando de um problema estrutural, que só se resolve a longo prazo e precisa de uma política articulada de governo”, observa.
A segunda seria a capacidade do empresariado local de se inserir no novo momento econômico do Estado, complementando as cadeias produtivas que vão surgir com os empreendimentos estruturadores. “Os empresários precisam perceber esse movimento, detectar as oportunidades de negócios e complementar esses elos. Para isso é preciso investir em tecnologia e inovação, além de apostar em parcerias com companhias que já tenham expertise no mercado”, sugere Buarque.

TENDÊNCIAS


Na elaboração dos cenários, pelos menos duas tendências vão se consolidar no novo perfil econômico de Pernambuco. Um processo de reindustrialização da matriz econômica estadual parece irreversível. Nos anos 80, a participação do setor no PIB chegava a 25%, mas arrefeceu na década de 90 e volta a ganhar importância, porém em outro patamar. Essa nova revolução industrial inclui setores onde o Estado faz sua estreia, a exemplo das indústrias naval e petroquímica e da produção de automóveis.

No interior pernambucano despontam indústrias intensivas em tecnologia, como o Polo Farmacoquímico de Goiana (Zona da Mata), que terá players mundiais como a Novartis, investindo numa fábrica de vacinas de classe mundial. Hoje, a indústria de transformação responde por 11,3% do PIB estadual, mas a tendência é de crescimento para os próximos anos. No Brasil, a atividade participa com 16,6%. A perspectiva é de que nos próximos 20 anos, o setor volte aos patamares da décadas de 80, com participação de um quarto do PIB.

A indústria de alimentos também reforça sua participação no Estado, com investimentos no Grande Recife e interior. Investimentos recentes foram realizados pela Sadia, em Vitória de Santo Antão, e pela Perdigão, em Bom Conselho. A Kraft Brasil e a AmBev estão prestes a inaugurar suas fábricas, em Vitória de Santo Antão e Itapissuma.

“Outra tendência é a reestruturação do território, com uma nova distribuição dos investimentos. Hoje existe uma forte concentração na Região Metropolitana do Recife, mas pesados investimentos em infraestrutura no interior do Estado poderão induzir uma nova dinâmica econômica na região”, destaca Sérgio Buarque. Projetos como os da ferrovia Transnordestina, transposição do São Francisco, Canal do Sertão, Projeto Pontal e plataforma logística de Salgueiro poderão mudar a face do Agreste e Sertão pernambucanos.

Publicado no Jornal do Commercio, 29 de Abril de 2011

Secom Goiana
Jota Júnior
 
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